domingo, 21 de dezembro de 2008

Para incentivar o gosto pela leitura

A Biblioteca de Livros Digitais, disponível em http://e-livros.clube-de-leituras, apresenta livros em formato digital, conjugando a leitura com o cinema de animação, o vídeo e o áudio, de modo a incentivar o gosto pela leitura, tirando partido das novas tecnologias. As obras inseridas na Biblioteca de Livros Digitais reúnem diversas vertentes que tornam a leitura particularmente apelativa, convidando os leitores a transformarem-se em escritores e em ilustradores, e até mesmo a partilharem as suas produções com os cibernautas inscritos na Biblioteca dos Livros da Malta. Neste momento, já há 9 obras disponibilizadas na Biblioteca de Livros Digitais: A Joaninha Vaidosa, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada; As Moedas de Ouro do Pinto Pintão, de Alice Vieira; Fala Bicho, de Violeta Figueiredo; Rato do Campo e Rato da Cidade, de Alice Vieira; Uma Flor Chamada Maria, de Alves Redol; A Revolta das Palavras Digitais, de Carlos Correia; A Cidadania de A a Z; de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada: Incêndio no Paraíso, com supervisão de Carlos Correia; Amigos Estrangeiros, com supervisão de Carlos Correia. Está previsto que, durante o próximo semestre, sejam disponibilizadas mais 35 obras. Através de um clique, acede-se a uma apresentação do livro que abrange a leitura, o cinema de animação, o vídeo e o áudio. Ainda antes de começarem a ler cada obra, os interessados têm a possibilidade de assistir a uma apresentação animada das personagens principais de cada livro, bem como de ouvir os autores e os ilustradores a falarem sobre os respectivos volumes. À medida que viram as páginas do livro, pode ler o texto e ver as ilustrações animadas, enquanto ouve uma leitura dramatizada da história, da responsabilidade de Lúcia Maria e de Manuel Coelho, do Teatro Nacional D. Maria II. No final do livro, dispõe de um espaço em branco que pode utilizar para escrever ou ilustrar, de modo a personalizar o seu livro, que passa a conter na capa o nome da pessoa a quem pertence. Através do registo na Biblioteca dos Livros da Malta, os leitores podem enviar e-mails aos restantes membros da comunidade virtual, recomendando livros e divulgando os textos que escreveram no final das obras disponibilizadas on-line. O grande objectivo deste projecto, que envolve o Centro de Investigação para as Tecnologias Interactivas, o Plano Nacional de Leitura, a Rede de Bibliotecas Escolares e o Plano Nacional de Ensino do Português (PNEP), é a criação de um instrumento que promova a leitura, tirando partido da natural apetência que os mais jovens têm pelas novas tecnologias. Visando incentivar o gosto pela leitura e pelos livros, a intenção é alargar o número de obras disponibilizadas, através de parcerias estabelecidas com editoras, autores e ilustradores. A prioridade vai ser dada às obras destinadas às crianças entre os 5 e os 7 anos, para as quais ler em interacção com o computador é particularmente útil para a aprendizagem da leitura, bem como para a motivação para esta actividade. A pensar nestas crianças que estão a dar os primeiros passos na leitura, o PNEP vai disponibilizar diversos materiais destinados à aprendizagem da leitura neste endereço electrónico. As actividades a propor pretendem contribuir para que as crianças, de uma forma apelativa, adquiram consciência fonológica, aumentem o vocabulário, desenvolvam estratégias de compreensão do texto e evoluam na automatização da decifração. Para mais informações, consultar a página da Biblioteca de Livros Digitais .

sábado, 13 de dezembro de 2008

Educação do carácter

EDUCAR O CARÁCTER O termo carácter pode ter diversas acepções: o de qualidade da vontade, como quando se diz que uma pessoa tem “muito carácter”, ou que “lhe falta carácter”; neste caso, significa decisão firme para seguir uma linha de conduta, conseguir uma finalidade, etc. Em sentido psicológico, carácter significa o conjunto de disposições psicológicas e de comportamento habitual de uma pessoa, modelado pela inteligência e pela vontade. É neste sentido que vamos usar agora este termo. Há quem pense que o carácter não é modificável: confundem-no com o temperamento, que é o conjunto de inclinações inatas de um indivíduo, resultantes da sua constituição psicológica e biológica. Não somos livres para escolher o nosso temperamento, mas o carácter é mais livre do que o temperamento. Somos responsáveis pelo nosso carácter, pelo uso que fazemos da nossa vontade livre e responsável. É possível e desejável que modifiquemos certas reacções primárias, mediante a educação. Como se educa o carácter? Toda a gente pode melhorar o próprio carácter, com o esforço pessoal voluntário. Embora nem sempre seja fácil, podemos modificar-nos, através dos actos que realizamos. Quando os actos se reiteram, geram a aquisição de hábitos. Através dos hábitos bons que se adquirem – virtudes -, a pessoa aperfeiçoa-se. E também pode piorar, ao adquirir maus hábitos – ou vícios -. Efectivamente, as disposições hereditárias têm grande plasticidade e podem modificar-se, com o tempo. As pessoas com uma vontade forte traçam o seu próprio carácter, orientam a sua conduta e desenham a própria personalidade. Num carácter que se desenha, têm grande influência, tanto a inteligência e a vontade, como a educação.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Hipertrofias e atrofias (I) A Pessoa: percursos de uma noção

HIPERTROFIAS E ATROFIAS... (I) O percurso filosófico que deu origem à noção de pessoa vigente na cultura actual é um processo longo e complexo. Simplificando muito podemos dizer que se foi identificando cada vez mais o homem com as suas dimensões operativas: depois do fracasso do idealismo de Hegel, perdeu-se a confiança nas possibilidades da razão; depois de Nietzsche e Schopenhauer, também a vontade ficou desacreditada; e a afectividade, hiper-valorizada por Freud, ao ser considerada como o dinamismo humano dominante mostra-se extremamente vulnerável. Com uma imagem gráfica, o Prof. Leonardo Polo aludiu a este facto: “produziram-se hipertrofias e atrofias; alguma das dimensões do ser humano agigantou-se (cresceu de maneira excessiva); outras, pelo contrário, sofreram uma paralização ou uma regressão…. Destas três dimensões (conhecimento, vontade, afectividade) dizemos que umas se atrofiaram e outra se hipertrofiou. Quais exactamente? Entendo que, na nossa época (…) se atrofiaram o pensamento e a vontade, enquanto que a afectividade alcançou uma espécie de papel principal, assumindo funções que as outras dimensões humanas já não desempenham, porque se atrofiaram”.

Hipertrofias e atrofias (II) Integrar a afectividade no desenvolvimento harmónico da pessoa (I)

INTEGRAR A AFECTIVIDADE O panorama cultural que apresentámos, no qual se verifica uma hipertrofia da afectividade, não deve levar a uma visão negativa da afectividade humana. É necessário desenvolver uma visão realista, equilibrada, que revalorize a esfera afectiva e a integre no desenvolvimento harmónico da pessoa. A dimensão da afectividade possui a mesma dignidade humana que a inteligência e a vontade. Os dinamismos afectivos humanos, mesmo estando muito ligados ao âmbito do sensível e sendo, portanto, inferiores à espiritualidade, são plenamente pessoais e radicam no mesmo princípio: a alma espiritual. Desta perspectiva surge uma visão positiva e realista da personalidade humana: a pessoa não é só afectividade - impulsos, afectos, emoções -; nem é só inteligência e vontade: “cabeça” e “punhos”. Há toda uma série de dinamismos intimamente interligados, todos eles importantes, que manifestam a riqueza da pessoa. Conhecer esta realidade é uma condição necessária para atingir o equilíbrio interior característico da maturidade pessoal. A afectividade é uma dimensão que, subordinada à vontade e à inteligência e modulada por elas, constitui uma força poderosa e criativa para realizar o bem próprio do homem, para servir ao bem dos outros e que capacita para amar.Tanto a atitude de desvalorizar a afectividade, como a de a hipervalorizar, conduz a uma atrofia da pessoa humana, a uma desumanização. É tão empobrecedor e desumano o emotivismo em todas as suas variantes - sentimentalismo, hedonismo, etc.- como o voluntarismo estóico ou a frieza afectiva.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Portugal como estudo de caso na evolução do Ensino Superior

A OCDE discute a evolução do ensino superior a nível internacional e apresenta hoje a reforma em Portugal como estudo de caso, na sequência das várias notícias que já foram aqui dadas. A reforma do ensino superior em Portugal é hoje discutida e apresentada pelo Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, na conferência que a OCDE promove em Paris subordinada ao tema “Ensino Superior 2030: Acesso, Qualidade e Globalização”. Participam nos trabalhos os ministros responsáveis pela pasta do ensino superior em França e no Reino Unido, respectivamente Valérie Pécresse e David Lammy, bem como o Comissário europeu Ján Figel, o Secretário Geral Adjunto da OCDE, Aart de Geus, e o Director Geral Adjunto da UNESCO, Nicholas Burnett. Organizada em colaboração com a Presidência francesa da União Europeia, a conferência tem por principal objectivo discutir o impacto das alterações demográficas, da inovação tecnológica e da globalização no futuro do ensino superior a nível internacional, dando ênfase á necessidade de reforçar a base social de recrutamento e os mecanismos de apoio á qualidade e excelência académica. O Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, foi convidado para apresentar o caso português no contexto das sucessivas medidas e acções de politica implementadas durante os últimos 3 anos, em particular no sentido de garantir a abertura das instituições de ensino superior à sociedade num contexto da sua acrescida autonomia, nomeadamente ao nível da reforma legislativa introduzida pelo novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (Lei n.º 62/2007, de 10 Setembro) e do “Compromisso com a Ciência”.
A Conferência agora organizada pela OCDE reúne em Paris peritos e representantes de todos os países da OCDE, marcando a conclusão do projecto sobre o “Futuro do Ensino Superior”, o qual foi conduzido ao longo dos últimos anos pelo Centro de Investigação e Inovação Educacional, CERI, da OCDE. A Conferência assinala ainda o 40º aniversário do CERI.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Alterações ao modelo de avaliação, para quando?

Finalmente, a ministra da Educação admitiu ontem estar disponível para alterar e até substituir o actual modelo de avaliação dos professores, mas apenas no próximo ano lectivo e desde que seja aplicado já este ano. "Uma vez iniciada este ano uma avaliação séria dos professores, estarei totalmente aberta à discussão de alterações a este modelo e até à sua substituição, mas em anos seguintes, não neste", disse Maria de Lurdes Rodrigues, no Parlamento. Durante um debate de urgência sobre a avaliação de desempenho dos docentes pedido pelo Bloco de Esquerda, a responsável recusou as acusações de "intransigência" repetidas por todos os sindicatos do sector e por todas as bancadas da oposição. A ministra reiterou, ainda, a sua disponibilidade para avaliar e corrigir o modelo de avaliação proposto pelo Governo, "mas apenas depois de ser aplicado". A ministra garantiu não ser "intransigente na defesa do modelo em vigor, mas apenas na defesa do princípio de uma avaliação séria e com consequências". Durante o debate, Maria de Lurdes Rodrigues voltou a admitir que antes das alterações introduzidas pelo Governo, há duas semanas, o modelo "era mais burocrático do que devia, provocando uma sobrecarga de trabalho às escolas e aos professores", uma situação que considera ficar resolvida com as medidas de simplificação entretanto anunciadas. Esta audição de urgência da ministra da Educação foi pedida pelo Bloco de Esquerda e todos os partidos da oposição vão apresentar projectos de resolução que pedem a suspensão do actual regime de avaliação dos professores, que serão votados hoje.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Existe ainda uma missão para a Universidade?

Existe ainda uma missão para a Universidade?
O Foro UNIV pretende levar a cabo uma reflexão sobre o papel da Universidade no mundo actual. Universitas, um saber sem fronteiras é o tema do Congresso UNIV 2009, cuja fase final terá lugar em Roma de 4 a 12 de Abril de 2009.
Eis aqui algumas das linhas orientadoras para todos os que desejarem participar nesta reflexão a nível mundial, proposto pelo UNIV:
"o desafio enfrentado pela Universidade é o de se recuperar como "Universitas". O sistema universitário ao qual estamos habituados gira em torno da Faculdade, muitas vezes entendida como um centro de ensino superior que oferece aos seus alunos e estudantes a oportunidade de se preparar para um trabalho profissional. Em geral, é realmente difícil encontrar pontos em comum entre as diversas faculdades de uma Universidade. E, no entanto, existem. Junto com o desafio, cabe a pergunta: qual é o papel que desempenha a Universidade numa sociedade pluralista? A sociedade espera da Universidade profissionais competentes, respostas científicas, soluções técnicas ou médicas. Mas o problema típico da sociedade pluralista é o diálogo. E, nesse aspecto, talvez a Universidade tenha também algo a dizer. Karl Jaspers definiu a Universidade como "uma comunidade de estudiosos e estudantes envolvidos na tarefa de encontrar a verdade" (A ideia de Universidade, introdução).
A Universidade é a instituição que representa o desejo humano de saber. Sem dúvida, está formada de várias Faculdades, ocupadas em diferentes áreas do conhecimento. O desenvolvimento das técnicas e o aprofundamento metodológico conduziram a uma especialização das disciplinas que, em si mesma, é boa e necessária, mas que resultou numa separação de conhecimentos, que dificulta a comunicação e distorce a identidade da Universidade. De facto, as diversas faculdades são unidades acidentalmente separadas na Universidade que é una por vários motivos. Cada área do saber contribui com o que lhe é característico: uma perspectiva, uma problemática, mas sempre sobre algo que é comum a todos. É una, também, porque a única resposta válida para o conhecimento universitário é a verdade. A Universidade está ligada apenas à autoridade da verdade, livre de interesses pessoais, políticos, religiosos ou ideológicos. A liberdade é parte essencial da personalidade, e renunciar a ela seria renunciar a si próprio. Estes são, em traços gerais, a unidade da Universalidade. Mas o que significa, na prática, essa unidade? No horizonte da unidade de fundo, a estrutura dos conhecimentos que se encontram na Universidade permite uma interdisciplinariedade profunda e consistente, que enriquece verdadeiramente as diversas disciplinas. Por outras palavras, permite um diálogo entre os diferentes conhecimentos: métodos de aprendizagem, abordagens, conclusões; crentes e não crentes, cientistas e humanistas, legisladores e executores; um diálogo regido apenas pela autoridade da verdade. Talvez a Universitas seja hoje a única área em que é possível um diálogo deste tipo. E é o diálogo que pede a sociedade. A Universidade – se é Universitas - pode acrescentar algo mais. Newman dizia que "se é preciso garantir um fim prático aos cursos universitários, diria que é o de formar bons membros da sociedade. A sua arte é a arte da vida social, e o seu objetivo é a preparação para o mundo" (Discursos sobre o fim e a natureza da Educação Universitária, sétimo Discurso, n.10). Newman viveu no século XIX, e, desde então, o mundo deu muitas voltas. No entanto, as exigências da sociedade pluralista expressam a urgência de que esse seja o maior valor da Universitas, porque a Universidade é o lugar de diálogo. Evidentemente, o diálogo que corresponde à sociedade política é muito diferente. Mas, em ambos os casos, trata-se de um diálogo entre pessoas com ideias diferentes, em que por vezes convivem antes de convencer. Aprender que esse diálogo é possível e de que forma é possível forma parte essencial da missão da Universitas, e não é algo acessível a uma única Faculdade, porque não é somente uma questão de retórica. Talvez este seja o mais decisivo papel que a Universidade pode desempenhar numa sociedade pluralista...
Dois séculos atrás, Newman afirmava, na obra atrás referida, que qualquer pessoa que tenha frequentado uma Universidade "encontra-se adaptada em qualquer sociedade, tem algo em comum com qualquer tipo de homens, sabe quando falar e quando permanecer em silêncio, é capaz de conversar e de ouvir, pode fazer uma pergunta pertinente, e aprender uma lição oportuna quando não tem nada a ensinar. Encontra-se sempre pronto a intervir, e nunca incomoda".
Universitas, dizíamos no início, é o nome de um desafio apaixonante. O objectivo do Fórum UNIV 2009 é abrir um debate internacional que ajude a descobrir as facetas desse desafio, e que sirva a todos para o tornar realidade. Animo a quem esteja interessado a participar neste diálogo e nesta reflexão!
E aqui está o link para o site do Congresso:

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Aspectos da reforma do Ensino Superior em Portugal

Os países da OCDE elogiaram há dias, em Paris, o progresso da reforma do ensino superior português, passados cerca de dois anos da apresentação do relatório de peritos internacionais a quem a OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico - solicitou em 2006 a avaliação do sistema de ensino superior em Portugal. O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior participou na reunião do Comité de Educação, assim como o Relator do grupo de peritos internacionais a quem a OCDE solicitou a avaliação do sistema de ensino superior em Portugal, Daniel O'Hare. O debate com o Comité de Educação centrou-se em cinco aspectos principais, os quais foram particularmente elogiados e discutidos como novas referências na modernização dos sistemas de ensino superior a nível internacional, nomeadamente: 1. O novo quadro renovado de autonomia das instituições de ensino superior consagrado pelo novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), incluindo a possibilidade das instituições se transformarem fundações públicas de direito privado, que facilita ligações mais fortes com os empregadores e o mercado de trabalho e promove as relações com empresas para o desenvolvimento de actividades de investigação e desenvolvimento; 2. O reforço do sistema binário e a sua contribuição para a progressiva diversificação da oferta de ensino superior, tendo sido particularmente referida a abertura do subsistema politécnico a novos públicos adultos e à formação pós-secundária através de cursos de especialização tecnológica; 3. A implementação de um novo regime de avaliação do ensino superior, incluindo a criação de uma agência independente de avaliação e acreditação; 4. O reforço do sistema de apoio social aos estudantes e, em particular, o novo sistema de empréstimos a estudantes com garantia pelo Estado, pela inovação que introduz nos sistemas de apoio a estudantes a nível internacional; 5. O reforço da capacidade de investigação e de internacionalização das universidades portuguesas, nomeadamente através da implementação de redes temáticas de I&D e de programas de pós-graduação, implementado através do programa de parcerias internacionais promovido no contexto do «Compromisso com a Ciência». O sucesso da reforma em Portugal num contexto internacional foi ainda discutido em termos do aumento do número de estudantes no ensino superior conseguido nos últimos dois anos, assim como pelo impacto das medidas tomadas que levaram à inversão efectiva da tendência de diminuição de alunos desde o ano lectivo de 2006-2007. Foi ainda referido que: A participação no ensino superior pela população com 20 anos aumentou em cerca de 10% durante os últimos 3 anos. A participação no ensino superior por adultos com 30-34 anos de idade aumentou cerca de 20% durante os últimos 3 anos. O total de diplomados por ano aumentou cerca de 19%, com os diplomados em áreas de ciência e tecnologia a atingirem um valor superior à média Europeia. Aumentou ainda o número de doutoramentos em áreas de ciência e engenharia. A reunião do Comité de Educação da OCDE concluiu o processo de avaliação internacional do sistema de ensino superior Português desencadeado em 2005.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Semana da Ciência e Tecnologia

Está a decorrer esta Semana, que responde às mais diversas perguntas: Que ciência se faz em Portugal? Quem são os nossos cientistas? Como trabalham? O que investigam? Que resultados obtêm? Todos os anos, em Novembro, durante a Semana da Ciência e da Tecnologia, instituições científicas, universidades, escolas, associações e museus abrem as portas para que estas e outras perguntas possam ser respondidas, dando a conhecer as actividades que desenvolvem, através de um contacto directo com o público, relaizando uma série de Eventos, cujo número total de é de 268.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Está a decorrer a 3ª fase de avaliação de instituições de Ensino Superior iniciada em 2006 pela equipa de coordenação da Associação Europeia das Universidades (“European University Association”, EUA). Nestes três últimos anos desde o acordo estabelecido entre o MCTES e a EUA, foram lançados 23 processos de avaliação a instituições de ensino superior portuguesas e estão já concluídas 13 dessas avaliações. Os processos de avaliação lançados desde 2006 referem-se a 11 universidades (Coimbra, Évora, Fernando Pessoa, Lusófona, Algarve, Beira Interior, Lisboa, Madeira, Nova de Lisboa, Aveiro e Minho), 8 institutos politécnicos (Bragança, Porto, Leiria, Beja, Castelo Branco, Saúde do Norte, Setúbal, e Coimbra), 1 escola universitária não integrada (Academia Militar), 3 escolas politécnicas não integradas (Hotelaria e Turismo do Estoril, Enfermagem de Coimbra, e Instituto Português de Administração e Marketing). Foram assim já avaliadas pela Associação Europeia das Universidades 19 instituições de ensino superior público e 4 instituições privadas, que voluntariamente o solicitaram. A terceira fase de avaliações institucionais pela EUA em Portugal a decorrer em 2009, será a apoiada financeiramente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES). No processo estão envolvidos: a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a Rede Europeia de Certificação de Qualidade do Ensino Superior (ENQA), a Associação Europeia das Universidades (EUA) e a Associação Europeia de Instituições de Ensino Superior (EURASHE). O resultado das avaliações até agora efectuadas já se encontra disponível no site do MCTES.

domingo, 16 de novembro de 2008

Perfil do Docente

O Perfil do Docente em 2006/07, no que se refere ao Continente, publicado pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação revela que os professores são, na sua grande maioria, licenciados, embora já haja muitos com mestrados e doutoramentos. Há uma esmagadora maioria de mulheres, e cada vez com mais idade. Vejamos:
À excepção da educação pré-escolar, onde o número de educadores de infância continua a aumentar, nos outros níveis de ensino o número de docentes tem vindo a reduzir progressivamente, acompanhando a diminuição da taxa demográfica. Dos 140 647 professores existentes no sector público em 2006/2007, 9793 eram educadores de infância, 28 687 professores do 1.º ciclo, 27 864 professores do 2.º ciclo e 74 303 professores do 3.º ciclo e do ensino secundário. No 2.º ciclo, o grupo de recrutamento que conta com mais docentes é o de Educação Visual e Tecnológica, com 6205 professores, seguido do de Matemática e Ciências da Natureza, com 6166. Os professores de Língua Portuguesa estão englobados em grupos de recrutamento, que além dessa disciplina integram Língua Estrangeira ou Estudos Sociais/História. No 3.º ciclo e no ensino secundário, o maior número de professores concentra-se nas disciplinas de Matemática e de Português. A faixa etária onde se concentra um maior número de docentes é a dos 40-49 anos. No 2.º ciclo, estão entre os 50 ou mais anos. A taxa de feminidade é de 97,1 por cento na educação pré-escolar e vai decrescendo até 70,5 por cento no 3.º ciclo e no ensino secundário. A grande maioria dos docentes possui o grau de licenciado, registando-se uma maior incidência de mestrados e doutoramentos nos professores do 3.º ciclo e do ensino secundário.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Pelos bosques da Internet

Como todos sabem, o programa e-escola está a ser alargado este ano lectivo aos alunos do 1.º ciclo, com a designação de e-escolinha, permitindo o acesso a 500 mil computadores portáteis vocacionados para crianças dos 6 aos 11 anos. O portátil Magalhães recebeu o nome do navegador português Fernão de Magalhães, que realizou a primeira viagem de circum-navegação ao Mundo. No entanto, os computadores, só por si, não significam uma melhoria na educação. É fundamental o papel dos professores e dos pais. A formação é de primordial importância: os conteúdos têm de ser adaptados em função dos anos de escolaridade e tem de se ter em conta a segurança das crianças. Não basta dar computadores às escolas: é necessário formar os professores e desenvolver conteúdos. As tecnologias, sem o devido enquadramento, não significam, só por si, uma melhoria da escola. É necessário um uso bem feito e responsável. E sem perder de vista a segurança das crianças que os utilizam. Neste sentido, sugerimos aqui um jogo para crianças divulgado pela Comissão Europeia em 14 línguas, intitulado PELO BOSQUE WWW (WILD WEB WOODS). Pode vê-lo no seguinte link: http://www.wildwebwoods.org/popup_langSelection.php Aconselhamos ainda as sugestões de Tito de Morais no site Miúdos seguros na net, que já citei anteriormente!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Aprender a viver juntos

A Unesco anunciou a publicação do livro “Aprender a viver juntos. Um programa intercultural e interreligioso para a educação ética” que tem como intuito ajudar as crianças e jovens a respeitar as diversas crenças religiosas e espirituais. Fornece materiais educativos para fomentar uma cultura de paz e promover o respeito pelos Direitos Humanos. Esta publicação baseia-se em dois módulos de aprendizagem: “Compreensão de si próprio e dos outros” e “Transformar o mundo juntos”. “Aprender a viver juntos” é uma publicação produzida pelo Conselho Interreligioso para a Educação Ética das Crianças, a Rede Global de Religiões a favor da Infância e a Fundação Arigatou em colaboração com a UNESCO e a UNICEF. Está disponível em Inglês, Francês e Espanhol. Contacto : rve@unesco.org

domingo, 9 de novembro de 2008

Pelos direitos humanos e pela reconciliação

20 anos do Prémio Sakharov
O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2008 foi atribuído ao activista político chinês Hu Jia.
A cerimónia de entrega do Prémio decorrerá em Estrasburgo, no dia 17 de Dezembro. Hu Jia é um activista dos direitos humanos na República Popular da China e tem dedicado a sua actividade a diversas causas, incluindo as questões ambientais, a protecção dos doentes de VIH/SIDA e a realização de um inquérito oficial ao massacre da Praça de Tiananmen em 1989. Hu Jia é ainda um dos coordenadores do “Movimento de Advogados de Pés Descalços”. Este ano comemora-se o vigésimo aniversário do Prémio Sakharov, atribuído pela primeira vez em 1988 em honra do físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov. Para assinalar esta ocasião, terá lugar uma cerimónia especial, para a qual serão convidados todos os anteriores laureados. O evento realizar-se-á em Estrasburgo, no dia 16 de Dezembro.
Eis aqui uma galeria de fotografias de anteriores premiados:
Kofi Annan Xanana Gusmão Dom Zacarias Kamwenho Nelson Rolihlahla Mandela com a ex-mulher Leyla Zana Adem Demaçi Ibrahim Rugova Nurit Peled-Elhanan Izzat Ghazzawi Todos os anos, o Parlamento Europeu atribui o Prémio Sakharov a pessoas ou organizações que dedicam a vida à defesa dos direitos humanos e da compreensão mútua. Nos últimos 20 anos, o Prémio Sakharov foi atribuído a pessoas, organizações e grupos que lutaram pela defesa dos direitos humanos. Muitos laureados devotaram o seu trabalho à luta diária do cidadão comum: o seu direito a viver como seres humanos e em paz. É uma luta cujo preço é muitas vezes a perda de vidas. Foi o que aconteceu ao Alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello, morto em 2003, no Iraque, onde era representante especial do Secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Fim às reprovações: magia no Ensino Básico?

Levantou celeuma uma proposta do Conselho Nacional de Educação (CNE) de pôr fim às reprovações no Ensino Básico, até aos 12 anos. A notícia tem corrido jornais e telejornais, alguns partidos pronunciaram-se, o Secretário de Estado já recusou a proposta. Que aconteceu, afinal?
A proposta do CNE baseia-se nas recomendações da OCDE e nos resultados obtidos com uma política idêntica na Finlândia, onde ninguém reprova durante a escolaridade obrigatória. No projecto de parecer “A educação das crianças dos 0 aos 12 anos”, o CNE sugere, em alternativa ao chumbo, “medidas eficazes de apoio”, como “intervenções aos primeiros sinais de dificuldades e estratégias de diferenciação pedagógica”. Segundo o CNE o actual sistema que obriga o aluno a repetir o ano em caso de uma avaliação negativa dos seus conhecimentos, penaliza o aluno e as famílias: "Há alunos que acumulam insucessos em anos educativos, ficando desenquadrados nas turmas em que são colocados". Ana Maria Bettencourt, relatora da recomendação do CNE, lembra ainda que, segundo estudos da OCDE, as dificuldades dos alunos portugueses prendem-se na maior parte das vezes com graves problemas a nível sócio-económico e que os alunos não encontram na escola uma saída para os seus problemas. Segundo o "Diário Económico" a França estuda actualmente também um alternativa ao chumbo. Gostaria de salientar esta observação da OCDE: os graves problemas das famílias a nível sócio-económico, não se resolvem todos na escola e muito menos com facilitismos, mas sim com apoio e exigência. Muito se pede aos professores! O CNE realça que o problema das repetições assume no nosso país "proporções catastróficas para os alunos e para o sistema". Considera que o trabalho directo do professor com os alunos é decisivo para a resolução de problemas de aprendizagem. Aconselha ainda investir na formação contínua da classe docente em contexto de trabalho, apostar na inovação das práticas pedagógicas, tendo em conta a constante evolução tecnológica; dar aos agrupamentos uma maior autonomia, nomeadamente ao nível da gestão do corpo docente, para possibilitar que os professores se mantenham mais anos com os seus alunos, é também um dos pontos focados. Defende ainda o alargamento da oferta educativa dos 0 aos três anos, por causa da situação laboral das famílias e o investimento na qualidade da Educação.
Obviamente que um maior apoio aos alunos en dificuldades solucionaria muitos problemas, mas para tal seria necessário contratar uma maior número de docentes, diminuir o número de alunos por docente, diminuir a carga burocrática que invadiu as escolas com o novo sistema de avaliação... Não parece que seja este o intuito do Ministério de Educação e de toda a política educativa! Não há motivo para crer que estas medidas venham a ser tomadas! E também a escola e os professores não podem, num passe de magia, fazer milagres, como tantas vezes lhe é pedido!

domingo, 2 de novembro de 2008

Professor, profissão necessária?

Enquanto em Portugal há actualmente muitos professores que têm dificuldade em aceder a uma colocação, a UNESCO anunciou há dias que estima que sejam necessários mais 18 milhões de docentes para se alcançar a educação primária universal até 2015. Os baixos salários, as salas de aulas superlotadas e a formação inadequada são alguns dos problemas que afectam os professores."A escassez de professores qualificados continua a ser um problema crucial. A UNESCO calcula que são necessários mais 18 milhões de professores para se atingir a meta de universalização do ensino primário até 2015. A escassez é particularmente grave em África, onde são precisos mais 3,8 milhões de docentes para atingir esse objectivo", afirma a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em comunicado.
Segundo a Unesco, a falta de docentes em países como o Ruanda e Moçambique significa que as turmas atingem cerca de 60 alunos, sendo, no entanto, reconhecido que a qualidade da educação decresce em salas de aula com mais de 40 estudantes.
"Mesmo quando a oferta global de professores é suficiente, as zonas mais desfavorecidas e remotas do Mundo podem sofrer problemas persistentes no recrutamento e manutenção dos docentes nesses locais. Esta escassez de professores qualificados é um dos maiores desafios para alcançar os objectivos da Educação para Todos", salienta o director-geral da UNESCO, Koïchiro Matsuura, numa mensagem a propósito do Dia Mundial do Professor, que se assinala a 5 de Outubro.
Mas a quantidade não é o único problema, já que a formação insuficiente é outra deficiência grave. Para melhorar a situação, apenas políticas coerentes podem promover a contratação de professores em número suficiente, garantir o seu estatuto e providenciar formação adequada, dando como bom exemplo o caso do Congo no âmbito da iniciativa da organização sobre a formação docente na África Subsaariana. Estes serão os principais temas a abordar numa mesa redonda a realizar no dia 3 de Outubro na UNESCO. A iniciativa será aberta pelo director-geral da UNESCO, contando com a presença de professores de todas as partes do Mundo. Participam ainda organizações parceiras, como a UNICEF, sendo o debate moderado por Nicholas Burnett, adjunto do director-geral para a área da Educação.

sábado, 1 de novembro de 2008

Escolas portuguesas no estrangeiro

Foi aprovado o Decreto-Lei que cria, em Timor-Leste, a Escola Portuguesa de Díli – Centro de Ensino e Língua Portuguesa. À semelhança do que acontece com outras escolas portuguesas no estrangeiro, são objectivos centrais da Escola: Promover o ensino e difusão da língua e da cultura portuguesas, possibilitando uma formação de base cultural portuguesa; Promover os laços linguísticos e culturais entre a República Portuguesa e a República Democrática de Timor-Leste; Promover a cooperação nas áreas da educação e da cultura, entre os dois países; Aplicar as orientações curriculares para a educação pré-escolar e dos planos curriculares e programas dos ensinos básicos e secundário em vigor no sistema educativo português; Contribuir para a qualificação da população de Timor-Leste, em particular das suas crianças e jovens, e para a promoção da educação e da formação ao longo da vida; Promover uma formação de base cultural portuguesa, bem como a escolarização de portugueses e de filhos de portugueses; Constituir-se como centro de formação contínua de professores e centro de recursos. Enquanto escola pública portuguesa, a Escola Portuguesa de Díli estará aberta a cidadãos portugueses e timorenses, bem como a cidadãos de outras nacionalidades residentes em Timor-Leste. Um outro Decreto-Lei aprovou alterações ao regime jurídico da Escola Portuguesa de Moçambique. Com estas alterações, uniformiza-se o regime jurídico aplicável às escolas públicas portuguesas no estrangeiro, passando esta Escola a ter a mesma natureza dos estabelecimentos público de educação e ensino do sistema educativo português. Além disso, procurando solucionar a questão relativa ao recrutamento de pessoal docente do ensino público português, estipulam-se regras que lhes permitam, sem prejuízo para a sua carreira, exercer funções docentes na Escola Portuguesa de Moçambique. Estabeleceu-se ainda o regime jurídico aplicável ao reconhecimento, pelo Estado Português, do ensino ministrado com currículo e programas portugueses em estabelecimentos de ensino de iniciativa privada situados fora do território nacional.

Professores portugueses em países lusófonos

Portugal anunciara já em Julho passado, a intenção de enviar 200 professores de português para Angola no ano de 2009. O Governo aprovou então, a criação do Fundo para a Língua Portuguesa, com cujo financiamento - e no quadro da Estratégia de promoção da língua portuguesa, também então aprovada - 600 professores serão colocados em países lusófonos nos próximos dois anos, de forma a criar uma rede qualificada de Ensino do Português no Estrangeiro. Os professores portugueses vão apoiar o desenvolvimento do sistema educativo angolano, particularmente no domínio da formação de professores do ensino básico.

Língua Portuguesa: um Património Comum, um Futuro Global

Segundo noticiámos anteriormente, no final de Julho de 2008, a VII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, com o tema «A Língua Portuguesa: Um Património Comum, Um Futuro Global» realizou-se em Lisboa. Nela foi feita uma Declaração sobre a Língua Portuguesa, que consagrou o compromisso de uma actuação conjunta com vista a uma efectiva universalização da Língua Portuguesa, através de medidas concretas e verificáveis. Reiterou a importância do papel do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP) e a necessidade de elaborar o Plano Estratégico para a Gestão Internacional da Língua Portuguesa. Congratulou-se com a criação, por parte do Governo português, do Fundo da Língua Portuguesa e exortou a desenvolver políticas de promoção conjunta da Língua Portuguesa, com uma coordenação eficaz e dinâmica. As medidas agora anunciadas sobre as escolas portuguesas nos países da CPLP parece vir responder aos compromissos assumidos nesta Conferência.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Promoção da língua e do património português no mundo

A promoção da língua e do património cultural português no Mundo, foi objecto de um conjunto de diplomas, em Julho passado, visando a Estratégia para o reconhecimento e promoção da língua portuguesa, visando a cooperação, a internacionalização económica, a divulgação cultural e a ligação às Comunidades Portuguesas.
Foi criado o Fundo da Língua Portuguesa, com uma dotação inicial de 30 milhões de euros, para apoio aos sistemas de ensino da língua portuguesa, à formação de tradutores e intérpretes para organizações internacionais e ao incremento do português como língua de trabalho e de negociação internacional. Foi criada ainda uma comissão interministerial para valorizar o património cultural de origem portuguesa no mundo.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Em França, a televisão é desaconselhada às Crianças

Atenção aos efeitos "nefastos" da televisão nas crianças pequenas Segundo notícia da Efe, em Paris, as redes de TV de França não poderão editar, difundir ou promover programas destinados especificamente a crianças menores de três anos, em virtude de uma decisão do Conselho Superior do Audiovisual (CSA), que entrará em vigor a partir de 1 de novembro de 2008. Os distribuidores franceses de conteúdos de televisão estrangeiros que se enquadrem na categoria proibida devem comunicar aos seus assinantes uma mensagem, que deve ser colocada de forma legível e acessível e que diz: "Ver televisão pode frear o desenvolvimento das crianças menores de 3 anos, mesmo que os programas sejam dirigidos especificamente a elas". Nos meios de comunicação audiovisuais - incluída a internet - os distribuidores de programas para crianças menores de três anos devem comunicar que ver Televisão nesta idade pode acarretar transtornos de desenvolvimento tais como passividade , atraso no desenvolvimento da fala, agitação, problemas de sono, problemas de concentração e dependência de TV. No texto, o CSA lembra que o Ministério da Saúde se pronunciou contra a difusão de cadeias de Televisão específicas para menores de três anos e desaconselhou que crianças nesta faixa etária a vejam, independentemente do tipo de programas.

domingo, 26 de outubro de 2008

Possibilidades e limites da interculturalidade

Podemos viver sem o outro? As possibilidades e os limites da interculturalidade Não se animam a participar na próxima Conferência Gulbenkian 2008? É já nos próximos dias 27e 28 de Outubroo das 10h00 às 18h00 no Auditório 2 Entrada Livre Também pode assistir à Transmissão online em directo e em circuito vídeo nos espaços adjacentes O PROGRAMA é o seguinte: Segunda feira, 27 de Outubro, às 10h00 Sessão de Abertura: Emílio Rui Vilar Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian António Pinto Ribeiro Coordenador do Programa Gulbenkian Distância e Proximidade Conferência de Abertura - Arjun Appadurai, The New School, Nova Iorque 14h30 - Intimidade, Hostilidade e Conhecimento Social Moderador: Miguel Vale de Almeida, ISCTE Filip DeBoeck, University of Leuven Danças com os Mortos: Os Jovens de Kinshasa e a Ordem da Desordem Dipesh Chakrabarty, University of Chicago Identidade e Identificação: Uma Análise Crítica de Amartya Sen Jorge Vala, Instituto Ciências Sociais Diferença e Semelhança: O Peso da Identidade 17h00 - Vulnerabilidade, Espaço e a Construção de Limites Moderador: Isabel Capelôa Gil, Universidade Católica Portuguesa Ruy Duarte de Carvalho, Escritor... E quanto ao ‘outro’ que ainda existe no meio do ‘outro’, antes que haja só o outro ? Manuela Ribeiro Sanches, Universidade de Lisboa, Vulnerabilidade, Espaços e Construção de Fronteiras Mohsen Mostafavi, Harvard Design School, As Implicações Espaciais dos Conceitos de «Distância e Proximidade» Terça feira, 28 de Outubro, às 09h30 Eunice de Souza, Escritora, Literatura e Diálogo Intercultural 11h30 - O Futuro do Cosmopolitanismo Moderador: Moacir dos Anjos, Curador Katerina Brezinova, Multicultural Centre of Prague: A República Checa Pós-Comunista perante as Novas Realidades da Diferença Sherifa Zuhur, U.S. Army War College: Uma Abordagem Intercultural à Questão do Extremismo Islâmico 14h30 - A Globalização e as novas questões religiosas Moderador: Pe. Peter Stilwell, Universidade Católica Portuguesa Karen Armstrong, Teóloga: Para Onde nos Dirigimos Agora? Mustapha Tlili , Center for Dialogues, Nova Iorque: «Europa e Islão: História Partilhada, Identidade Partilhada, Destino Partilhado» 16h30 - As Possibilidades das Artes Moderador: José António Fernandes Dias, Universidade de Lisboa Ming Tiampo, Carleton University: Distância e Mobilidade- Para um Novo Entendimento do Modernismo Assia Meliani, Consultora de projectos culturais: Ser Árabe e Ser Artista: Estatuto e Papel no Processo Cívico 18h30 - Sessão de Encerramento, Jorge Sampaio, Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações 21h30 - estreia mundial «tão perto / Tão Longe»20 curtas-metragens Grande Auditório Informações: 217823529 Nos dias 27 e 28 de Outubro, a Conferência Gulbenkian, que se realiza anualmente, vai centrar-se no tema da Interculturalidade, lançando a questão “Podemos viver sem o Outro?”. No ano escolhido pela União Europeia para assinalar o Diálogo Intercultural, esta Conferência representa o culminar do Programa Gulbenkian Distância e Proximidade, que, durante os meses de Junho e Julho, trouxe o tema à Fundação, com um programa cultural diversificado. O comissário da conferência é o professor Arjun Appadurai, uma das personalidades que mais tem reflectido sobre as questões da violência cultural, do reconhecimento da diferença cultural como valor da modernidade e sobre as consequências da globalização cultural, nomeadamente aquelas que mais dizem respeito aos novos paradigmas de políticas sociais e dos Estados face à circulação, à escala global, das pessoas e das suas narrativas. Arjun Appadurai nasceu e estudou em Bombaim e é, actualmente, conselheiro sénior do programa Global Initiatives na New School (Nova Iorque), onde também ocupa a posição de Distinguished Professorship as the John Dewey Professor, em Ciências Sociais. Foi o William K. Lanman Jr. Professor de Estudos Internacionais, professor de Antropologia e director do Centro para as Cidades e Globalização na Yale University. É autor de uma vasta obra da qual se destacam: Fear of Small Numbers: An Essay on the Geography of Anger (2006, Duke University Press) e Modernity at Large: Cultural Dimensions of Globalization (1996, University of Minnesota Press; 1997, Oxford University Press, Deli). As suas publicações académicas têm coberto temas como a religião, gastronomia, agricultura ou cultura de massas na Índia. Arjun Appadurai será o orador da conferência inaugural (27 de Outubro), à qual se seguirão as intervenções de mais de uma dezena de especialistas nacionais e estrangeiros, que abordarão as múltiplas questões relacionadas com o tema da Interculturalidade. Se quiser, tem aqui o Folheto do Programa da Conferência Gulbenkian 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Educação para a compreensão e o diálogo intercultural

Educação, religião e diversidade cultural são os temas da conferência que se está a realizar na Dinamarca (21 e 22 de Outubro), para fomentar o diálogo entre as civilizações. A conferência, intitulada "Educação para a comprensão e o diálogo intercultural", decorre em Copenhaga e centra-se na função da educação para promover a comprensão e o diálogo intercultural. Peritos neste âmbito trocam conhecimentos e experiências em grupos de trabalho durante a conferência. O programa compreende a elaboração de planos de estudo e material docente, colaboração entre instituições de ensino superior e programas de intercâmbio de alunos. Estão representadas na conferência, a Unesco, a Organização Islâmica para a Educação, a Ciência e a Cultura (ISESCO), a Organização da Conferência Islâmica (OCI), a Organização Árabe para a Educação, a Cultura e as Ciências (ALECSO), o Conselho da Europa e a Aliança de Civilizações, entre muitas outras. Se quiser saber mais, pode consultar o site: Sítio web do Centro Dinamarquês de Cultura e Desenvolvimento, CDCD (em inglês)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Divórcio: novo regime jurídico

Foi promulgado pelo Presidente Cavaco Silva o Decreto nº 245/X, da Assembleia da República, o qual aprova o novo regime jurídico do divórcio. Não obstante, o Presidente da República considerou essencial prestar alguns esclarecimentos: 1 – o veto anteriormente feito não teve por base qualquer concepção ideológica sobre o casamento. 2 – Como resulta da mensagem então enviada à Assembleia da República, entende que o novo regime jurídico do divórcio irá conduzir na prática a situações de profunda injustiça, sobretudo para aqueles que se encontram em posição de maior vulnerabilidade, ou seja, como é mais frequente, as mulheres de mais fracos recursos e os filhos menores. 3 – Esta convicção do Presidente da República decorre da análise a que procedeu da realidade da vida familiar e conjugal no nosso País, e é partilhada por diversos operadores judiciários, com realce para a Associação Sindical dos Juízes Portugueses, por juristas altamente qualificados no âmbito do Direito da Família e por entidades como a Associação Portuguesa das Mulheres Juristas. 4 – A este propósito, deve destacar-se, até por não lhe ter sido dado o relevo que merecia, o parecer emitido em 15 de Setembro último pela Associação Portuguesa das Mulheres Juristas, o qual manifesta «apreensão» pelo novo regime jurídico do divórcio, afirmando, entre o mais, que o mesmo «assenta numa realidade social ficcionada» de «uma sociedade com igualdade de facto entre homens e mulheres» e não acautela «os direitos das mulheres vítimas de violência doméstica e das que realizaram, durante a constância do casamento, o trabalho doméstico e o cuidado das crianças». Tendo sido oportunamente enviado aos diversos grupos parlamentares, este documento encontra-se disponível em www.apmj.pt. 5 – Na verdade, num tempo em que se torna necessário promover a efectiva igualdade entre homens e mulheres e em que é premente intensificar o combate à violência doméstica, o novo regime jurídico do divórcio não só poderá afectar seriamente a consecução desses objectivos como poderá ter efeitos extremamente nefastos para a situação dos menores. 6 – A profunda injustiça da lei emerge igualmente no caso de o casamento ter sido celebrado no regime da comunhão geral de bens, podendo o cônjuge que não provocou o divórcio ser, na partilha, duramente prejudicado em termos patrimoniais. 7 – Para mais, o diploma em causa, incluindo a alteração agora introduzida no artigo 1676º do Código Civil, padece de graves deficiências técnico-jurídicas e recorre a conceitos indeterminados que suscitam fundadas dúvidas interpretativas, dificultando a sua aplicação pelos tribunais e, pior ainda, aprofundando situações de tensão e conflito na sociedade portuguesa. 8 – Por fim, ao invés de diminuir a litigiosidade, tudo indicia o novo diploma a fará aumentar, transferindo-a para uma fase ulterior, subsequente à dissolução do casamento, com consequências especialmente gravosas para as diversas partes envolvidas, designadamente para as que cumpriram os deveres conjugais e para as que se encontram numa posição mais fragilizada, incluindo os filhos menores. 9 – Em face do exposto – e à semelhança do que sucedeu noutras situações, com realce para os efeitos do regime da responsabilidade extracontratual do Estado –, o Presidente da República considera ter o imperativo de assinalar aos agentes políticos e aos cidadãos os potenciais efeitos negativos do presente diploma, em particular as profundas injustiças para as mulheres a que pode dar lugar. 10 – A aplicação prática do diploma deve, por isso, ser acompanhada de perto pelo legislador, com o maior sentido de responsabilidade e a devida atenção à realidade do País.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Modernidade ou o elogio dos politécnicos

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior convidou ontem as escolas de ensino politécnico a assumirem a sua própria identidade e função, segundo notícias da Lusa e do Público. Ao abrir formalmente o ano lectivo 2008/2009 do Politécnico de Leiria, Mariano Gago considerou "não ser útil, antes pelo contrário, que alguns institutos politécnicos queiram deixar de ser chamados institutos politécnicos e passem a ser chamados universidades". "Acho que isso é ainda um reflexo do passado", defendeu o ministro, ligando a pretensão a "uma tradição retórica, antiga, do ensino em Portugal, que recobre uma outra dificuldade, quase de classe, em que uns se consideravam superiores aos outros". Defendeu ainda que os institutos politécnicos têm "de se afirmar melhores, mais capazes, com uma identidade de nome, uma identidade de função. Não queiram liquidar esse capital de modernidade tentando vestir os trajes, as formas, os rituais e os nomes do passado". Fazendo o elogio do trabalho dos politécnicos, o ministro lembrou que, "em muitos aspectos", eles "são mais capazes" que as universidades: "São mais capazes de proceder a renovações instituicionais, de integrar socialmente aqueles que normalmente não entrariam no ensino superior, de fornecer empregabilidade. Mais capazes, em suma, de responder a alguns dos principais desafios do país. São mais modernos". As críticas do ministro visaram ainda os politécnicos de Lisboa e Porto por ainda não disporem entre a sua oferta de cursos de especialização tecnológica. "É inaceitável para o país. Os institutos politécnicos de Lisboa e do Porto não oferecem esses cursos e essa situação não se pode manter. Nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto existe uma gigantesca carência de formação a este nível dos cursos de especialização tecnológica e é necessário organizar esses institutos para que respondam a uma necessidade que é uma necessidade social", considerou.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Literacia e Leitura

Nos próximos dias 23 e 24 de Outubro, decorre mais uma sessão do Plano Nacional de Leitura (PNL), "Três 'e' nos programas de promoção da leitura", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. No dia 23 de Outubro, após a sessão de abertura, o programa prevê a realização de três conferências: a primeira, subordinada ao tema "A promoção da leitura nos países da OCDE", é proferida por José Neves e Maria João Lima (Observatório das Actividades Culturais). A presidência e os comentários ficam a cargo de Fernando Pinto do Amaral (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa). A segunda, que incide sobre a "Inovação curricular no Reino Unido: impacto no desenvolvimento da literacia", tem como oradora Sue Horner (Qualifications and Curriculum Authority, Reino Unido). Segue-se a terceira conferência, que versa sobre as "Estratégias de promoção de leitura nos países da União Europeia: a experiência da EU-Read e da Stiftung Lesen na Alemanha". Proferida por Heinrich Kreibich (Stiftung Lesen, EU-Read), com comentários de Adriana Baptista (Conselho Científico PNL). Posteriormente, tem lugar o painel "Programas de desenvolvimento comunitário e literacia", com intervenções de Pedro Cunha (Projecto K'cidade), Sofia Ferreira (Clubes de Leitura e Escrita) e Maria Emília Nabuco (Associação A Par-Aprender em Parceria), com comentários a cargo de Glória Bastos (Universidade Aberta). O dia termina com a apresentação de "O clube de leitura PNL", da responsabilidade de Carlos Correia (CITI - Universidade Nova de Lisboa). No dia 24 de Outubro, decorrem duas conferências. Na primeira, "Literacia e leitura: uma visão internacional", tem a palavra Kathy Bartlett (Fundação Aga Kahn), cabendo a presidência e os comentários a Maria Emília Brederode Santos (Comissão de honra PNL e Revista Noesis). Na segunda conferência, "Promoção da leitura: um programa para todos", a intervenção é de Richard Crabb (Quick Reads - Reino Unido), enquanto a presidência e os comentários são de Carlos Liz (Conselho Científico PNL e CEPCEP - Universidade Católica de Lisboa). A sessão termina com a exposição do estudo "Avaliação externa do PNL - 2.º ano", apresentado por António Firmino da Costa (CIES/Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa). A presidência e os comentários estão a cargo de João Mata (Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação). Esta conferência tem entrada livre. Para mais informações, consultar a página do PNL

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Mobilidade dos investigadores é objectivo europeu

Os Ministros da Ciência de Portugal e do Luxemburgo foram mandatados para reforçar a atractividade das carreiras científicas na Europa e a mobilidade dos investigadores. Os Ministros europeus responsáveis pela Ciência e Tecnologia reunidos em Bruxelas sob a presidência francesa confiaram aos Ministros de Portugal e do Luxemburgo, José Mariano Gago e François Biltgen, a missão de preparar as iniciativas europeias necessárias para reforçar a atractividade das carreiras científicas na Europa e a mobilidade dos investigadores. A iniciativa de lançar esta missão especial com vista ao desenvolvimento científico e tecnológico da Europa partiu da actual presidência francesa da União Europeia.

domingo, 12 de outubro de 2008

Possibilidades e limites da interculturalidade

Nos dias 27 e 28 de Outubro, a Conferência Gulbenkian vai abordar o tema da Interculturalidade, lançando a questão “Podemos viver sem o Outro?”.
No ano escolhido pela União Europeia para assinalar o Diálogo Intercultural, esta Conferência representa o culminar do Programa Gulbenkian Distância e Proximidade, que, durante os meses de Junho e Julho, trouxe o tema à Fundação, com um programa cultural diversificado. O comissário desta conferência é o professor Arjun Appadurai, uma das personalidades que mais tem reflectido sobre as questões da violência cultural, do reconhecimento da diferença cultural como valor da modernidade e sobre as consequências da globalização cultural, nomeadamente aquelas que mais dizem respeito aos novos paradigmas de políticas sociais e dos Estados face à circulação, à escala global, das pessoas e das suas narrativas. Arjun Appadurai nasceu e estudou em Bombaim e é, actualmente, conselheiro sénior do programa Global Initiatives na New School (Nova Iorque), onde é Professor de Ciências Sociais. É autor de uma vasta gama de publicações académicas. Arjun Appadurai será o orador da conferência inaugural (27 de Outubro), à qual se seguirão as intervenções de mais de uma dezena de especialistas nacionais e estrangeiros, que abordarão as múltiplas questões relacionadas com o tema da Interculturalidade. A conferência decorre das 9h às 18h e a entrada é livre. Não se anima?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Rede de investigação e aprendizagem

Ontem, no Pavilhão do Conhecimento, na presença do ministro da Ciência e do Ensino Superior, foi lançada a Rede de Investigação e Aprendizagem Toshiba-Portugal, que tem por objectivo estimular a produção e difusão de conteúdos digitais interactivos, favorecendo a investigação e a formação avançada nesta área, assim como promovendo a cultura científica e tecnológica na sociedade portuguesa. Pretende ainda incentivar a criação de mecanismos informais de aprendizagem junto dos mais jovens. A Rede é instituída entre a Toshiba e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC), e a Agência Ciência Viva, envolvendo um investimento inicial pela Toshiba de 1 milhão de euros nos próximos 5 anos, a distribuir da seguinte forma: a) Institucionalização de uma cátedra convidada de investigação numa Universidade Portuguesa – Cátedra “Atsutoshi NISHIDA” –, com o objectivo de atrair um investigador de renome internacional para conduzir actividades de investigação no sector da produção de conteúdos digitais e utilização da tecnologia no contexto da educação. O investigador a seleccionar deverá iniciar a sua actividade em Setembro de 2009. b) Apoio à instalação de laboratórios de investigação orientados para a criação e difusão de conteúdos digitais através da doação de equipamento informático especializado; esta iniciativa será concretizada no âmbito do Programa UTAustin-Portugal. c) Apoio à instalação de laboratórios e ateliers de Informática orientados para a difusão de conteúdos digitais em Centros Ciência Viva, através da doação de equipamento informático; no primeiro ano de dinamização da Rede serão equipados os Centros Ciência Viva de Coimbra e de Estremoz; estes espaços serão também usados na formação e apoio a professores e alunos para a construção de ferramentas pedagógicas virtuais. Nesta ocasião a Toshiba apresenta, em colaboração com outros parceiros empresariais, uma proposta comercial “e-Universidade – Toshiba” dirigida especificamente a alunos e docentes do ensino superior (no âmbito do “e-U: e-Universidade”, tendo como base a configuração Toshiba “e-escolas”, com claras vantagens para os estudantes do ensino superior comparativamente a ofertas comerciais disponíveis.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Alguns tópicos de reflexão e de estudo sobre a Universidade

"Universitas, um saber sem fronteiras".
Eis aqui algumas das possíveis questões de estudo por áreas, sugeridas pelo Congresso UNIV 2009 e que proponho para a vossa reflexão, conforme os interesses de cada pessoa ou das pessoas vossas amigas que possam ter interesse em participar:
O que é a Universidade? Desafios atuais A Universidade numa sociedade regida pelo consenso; consenso e relativismo.
A Universidade como um local que dá sentido perante o desafio do nihilismo. Verdade, complexidade e preconceitos na pesquisa universitária.
A Universidade perante o problema do fundamento: fundamento da ciência e da ética.
Uma fundamentação antropológica em todos os ramos do saber? Estudo comparativo de diversos modelos universitários: J.H. Newman e sua ideia de universidade liberal; o modelo de W. von Humboldt; a educação universitária segundo Jaspers K.; o trabalho intelectual no modelo de pensamento de J. Guitton, a Missão da universidade segundo Ortega y Gasset. As Universidades na História: sua influência sobre as transformações sociais e culturais. Universidade e oposição: o papel das Universidades nas transformações políticas do século XX; a crise da universidade em 1968.
Universidade actual A função social da Universidade. Universidade e transformações sociais, políticas e Universidade. A gestão das Universidades. Autonomia das Universidades e responsabilidade social. Universidade particular e Universidade pública: distintas personalidades, virtudes e riscos. A Universidade como formadora de profissionais. O ensino na Universidade: inovação nas metodologias didáticas.
Acompanhamento individual versus aula expositiva, comunicação professor-aluno. Experiências de metodologias didáticas inovadoras: ensino on-line.
O universitário e os congressos universitários. A mobilidade dos estudantes. O programa Sócrates e outros sistemas de intercâmbio de experiências. A aprendizagem de línguas estrangeiras na Universidade. O compromisso social do universitário. Universidade e voluntariado.
Universidade e cooperação ao desenvolvimento. Algumas experiências concretas. Universidade, ciência e deficiência: o acesso de pessoas com deficiências ao ensino universitário, a acessibilidade aos deficientes das novas tecnologias da informação e aos avanços científicos ... Processos de seleção de dados em bibliotecas universitárias: o perigo da saturação informativa.
Questões interdisciplinares Universidade: é compatível a especialização com a unidade do saber? As condições do diálogo interdisciplinar. A necessidade de aprender a arte do diálogo na Universidade; ouvir as razões dos outros; empatia nas relações com os demais, também para compreender as razões do coração; aprendendo com clareza os próprios argumentos, sem impor um ponto de vista: "Buscando juntos a verdade.” Como explorar hoje os temas de contacto entre diferentes disciplinas: bioética e novas técnicas médicas; inteligência artificial, a alta tecnologia como condição para o desenvolvimento humano, solidariedade e economia global; direito à privacidade e segurança internacional; liberdade de expressão e respeito às crenças; qualidade de vida e os direitos das “minorias” (crianças, deficientes, etc) ... Há necessidade de diálogo entre crentes e não crentes? Será isto possível? Em que condições? Para quê?. Universidade e diálogo intercultural. O desafio da diversidade cultural e o fenômeno da imigração. Universalidade dos direitos humanos e diversidade cultural. O diálogo inter-religioso.
Direito e Economia A regulamentação jurídica da atividade científica nas legislações dos países e no Direito Internacional. Direito na Universitas: uma ciência entre a teoria e a prática, questões de interdisciplinariedade. A relação entre a Universidade e a empresa. O papel das Universidades na economia do conhecimento. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação como fatores de competitividade. As políticas públicas de incentivo à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. A transferência de pesquisa e tecnologia às empresas.
A formação ao longo da vida inteira. A integridade da vida, a ética e os negócios, após os casos Enron, Parmalat, Société Génerale… Multinacionais e intercâmbio cultural, o papel da Universidade na globalização económica, e o efeito da globalização na Universidade: difusão do conhecimento e da cultura, o diálogo.
Arquitetura, Engenharia e Urbanismo Uma proposta de cidade universitária na era da comunicação. Universidade na cidade. Arquitectura da Universidade: os claustros medievais, o modernismo, actuais campi universitário. Soluções de engenharia para os problemas da sociedade tecnológica. A formação universitária dos engenheiros.
Ciência e medicina O impacto social e ético da actividade científica. Processo científico e dignidade humana. É eticamente corretco tudo o que é cientificamente possível? Problemas éticos concretos: a clonagem humana, o uso terapêutico de células tronco embrionárias A tecnologia como condição para o desenvolvimento humano. Formação humanística do cientista e formação científica dos humanistas
Comunicação Presença da Universidade nos meios de comunicação social. A divulgação das ciências sociais: jornalismo científico. Ciência e televisão. Ciência e cinema.
A ciência popular na Internet. Estudo de casos específicos. websites universitários: estudo e propostas. Os suplementos dedicados à informação universitária na imprensa. As secções universitárias de jornais na internet. O que significa a televisão para um universitário? Universidade e redes sociais.