sábado, 13 de dezembro de 2008
Educação do carácter
EDUCAR O CARÁCTER
O termo carácter pode ter diversas acepções: o de qualidade da vontade, como quando se diz que uma pessoa tem “muito carácter”, ou que “lhe falta carácter”; neste caso, significa decisão firme para seguir uma linha de conduta, conseguir uma finalidade, etc.
Em sentido psicológico, carácter significa o conjunto de disposições psicológicas e de comportamento habitual de uma pessoa, modelado pela inteligência e pela vontade. É neste sentido que vamos usar agora este termo.
Há quem pense que o carácter não é modificável: confundem-no com o temperamento, que é o conjunto de inclinações inatas de um indivíduo, resultantes da sua constituição psicológica e biológica. Não somos livres para escolher o nosso temperamento, mas o carácter é mais livre do que o temperamento. Somos responsáveis pelo nosso carácter, pelo uso que fazemos da nossa vontade livre e responsável. É possível e desejável que modifiquemos certas reacções primárias, mediante a educação.
Como se educa o carácter? Toda a gente pode melhorar o próprio carácter, com o esforço pessoal voluntário. Embora nem sempre seja fácil, podemos modificar-nos, através dos actos que realizamos. Quando os actos se reiteram, geram a aquisição de hábitos. Através dos hábitos bons que se adquirem – virtudes -, a pessoa aperfeiçoa-se. E também pode piorar, ao adquirir maus hábitos – ou vícios -. Efectivamente, as disposições hereditárias têm grande plasticidade e podem modificar-se, com o tempo. As pessoas com uma vontade forte traçam o seu próprio carácter, orientam a sua conduta e desenham a própria personalidade. Num carácter que se desenha, têm grande influência, tanto a inteligência e a vontade, como a educação.
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