terça-feira, 28 de setembro de 2010

Abertura do ano lectivo no ISEC

ABERTURA DE ANO LECTIVO 2010 / 2011 Terça-feira, 28 de Setembro de 2010 10h00 – O CNAM e a internacionalização do ensino superior: perspectivas decorrentes da parceria ISEC/CNAM Prof. Doutor Gerard Kuhn – Conservatoire National dês Arts e Métiers, Paris Professor emérito do CNAM; colaborador do Departamento de Relações Internacionais (DRI) do CNAM, actualmente encarregado das relações com o Brasil, Portugal e outros países de expressão lusófona; durante os anos 90, foi Adido Científico na Embaixada francesa em Brasília e, depois, em Lisboa; na primeira metade da presente década, foi director do DRI do CNAM. 11h30 – Coffee-Break 11h45 – Resposta às Pressões Regulatórias sobre o Ensino Superior: Produtividade de Actividades de I&D Prof. Doutor Cetin Onder – Universidade de Baskent, Ankara O Professor Cetin Onder desloca-se ao ISEC ao abrigo do Programa Europeu de Mobilidade LLP/ERASMUS. Licenciado em Gestão, Mestre em Contabilidade e Doutorado em Teoria das Organizações, é actualmente professor no Departamento de Administração e Negócios da Universidade de Baskent. Cetin Onder desenvolve ainda actividades de I&D nas áreas da Teoria das Organizações e Mudança Institucional e Administração do Ensino Superior. 13h00 – Almoço com Conferencistas Convidados 15h00 – Práticas de I&D no Ensino Superior Privado Prof. Doutor Miguel Faria – Universidade Autónoma de Lisboa Professor da Universidade Autónoma de Lisboa e Investigador do Instituto de Investigação Pluridisciplinar da UAL. Membro da Direcção da Entidade Instituidora da UAL, C.E.U., é ainda Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

20 anos da adopção dos Direitos da Criança em Portugal

Sabia que Portugal assinala hoje o 20.º aniversário da adopção da Convenção sobre os Direitos da Criança? Algumas conquistas destes 20 anos são hoje salientadas no jornal Público: reduziu-se substancialmente a mortalidade infantil; em números do Instituto Nacional de Estatística: em 1990, a taxa de mortalidade infantil era de 10,9 mortes por cada mil crianças; em 2009, tinha baixado para 3,6. A ampliação do programa nacional de vacinação a praticamente todas as crianças. No entanto, continuam a existir problemas como depressão, obesidade e distúrbios de sono nas crianças. Outra conquista: passou a reconhecer-se a criança como um sujeito de direitos no plano jurídico. O novo direito de menores, a lei de protecção à criança e jovem em risco, é uma mais-valia porque a criança tem direito a participar nas questões que dizem respeito à sua vida. As crianças com 12 e mais anos passaram a poder pronunciar-se no âmbito de uma intervenção da comissão de protecção de menores; no campo da adopção, as crianças com 12 ou mais anos de idade têm que dizer se querem ou não ser adoptadas por determinada família. Numa situação de divórcio, a criança ganhou o direito a ser ouvida sobre a regulação do poder parental desde que o juiz entenda que tem maturidade para tal. No entanto, é raro ver a opinião da criança plasmada na decisão. E por último, outra conquista não menos importante: a educação pré-escolar cobre hoje mais de 70 por cento das crianças, entre os três e os quatro anos. A taxa de crianças entre os três e os quatro anos inscritas nas escolas é de 72,3 por cento - acima dos 71,5 por cento da OCDE. O que se joga aqui é o valor da igualdade entre todos. Porque é na educação pré-escolar que se promovem as competências que permitem às crianças menos favorecidas enfrentar um percurso escolar com as mesmas ferramentas que as crianças que, porque pertencem a classes sociais mais favorecidas, têm um estímulo mais acentuado.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ajudar a valorizar o trabalho

AJUDAR A VALORIZAR O TRABALHO Usando a terminologia dos 4 pilares da Educação, não é possível desvincular o aprender a aprender do aprender a fazer, nem estes do aprender a conviver e do aprender a ser. Todos estão interligados. O desenvolvimento pessoal passa por uma entrega generosa aos outros e, em primeiro lugar, por um trabalho bem desempenhado, que contribui ao bem de toda a sociedade. Deve acentuar-se a sua importância para o desenvolvimento de tantos valores humanos, em concreto a competência profissional, o sentido da família, o sentido cívico e as virtudes próprias da convivência, como a honestidade, a justiça, a sinceridade, a amabilidade, etc. Além disso, uma boa preparação profissional, é, sem dúvida, o caminho mais acessível a todos para contribuir ao bem da sociedade. Do trabalho depende, em grande parte, a felicidade da pessoa humana, e a rectidão e a paz da própria sociedade civil. É urgente que as novas gerações descubram o verdadeiro sentido do trabalho e aprendam a valorizá-lo, como o meio mais acessível de contribuir para o melhoramento da sociedade e para o progresso da humanidade. Numa sociedade constantemente solicitada pelo conforto, o ter de exigir-se para alcançar metas tem um valor altamente educativo. Vencer a preguiça forja a vontade, facilita o autodomínio. O esforço diário desenvolve a constância, dia após dia. Exercita e desenvolve capacidades: forja a personalidade.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Entender o trabalho como serviço

Faz parte da educação para a solidariedade entender o trabalho como serviço: renovar o esforço por trabalhar bem, não como ocasião de auto-afirmação, mas para viver melhor a solidariedade para com a pessoa humana. O forte egocentrismo que se introduziu na sociedade tende a ter como meta o êxito e a competitividade por motivos egoístas. É necessário fomentar o desejo de ajuda mútua nas crianças e jovens em idade escolar, para que não se tornem insolidários, mas aprendam a dedicar tempo a ajudar os outros nas suas dificuldades. Para servir a pessoa e a comunidade é necessário servir, ou seja, trabalhar bem, com seriedade, ser uma pessoa competente, responsável, em quem se pode confiar. Todos os trabalhos, todas as profissões honestas, quaisquer que sejam, são serviço. Só não é serviço o trabalho de quem procura somente o proveito próprio. A rejeição do serviço coincide, na prática, com a exaltação do egoísmo, que é, realmente, a maior ameaça à realização da pessoa, que não se pode realizar plenamente senão por um dom sincero de si. Realizar o trabalho com espírito de serviço muda radicalmente a hierarquia dos valores sobre os quais tende a construir-se a sociedade. Desvalorizá-lo demonstra uma atitude pouco humana e pouco madura e ignora uma dimensão essencial da verdadeira solidariedade para com a pessoa humana.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

LIBERDADE SEM VERDADE?

Nesta época de grandes transformações que atravessamos, toda a Educação - e também a Universidade - está em processo de renovação. Neste processo há que evitar o risco de diminuir o saber e sacrificar a profissionalidade docente a uma aprendizagem de tipo utilitário e pragmático. Porque o Professor é um mestre. Não deve transmitir o saber como se fosse um objecto de uso e consumo, mas estabelecer uma relação sapiencial que, mesmo quando não pode chegar ao encontro pessoal com cada um dos estudantes, não deve limitar-se a uma mera transmissão de noções; o mestre oferece um contributo decisivo à própria estruturação da personalidade, mesmo quando não se propõe fazê-lo; segundo a antiga imagem socrática, ajudando a descobrir e a pôr em prática as capacidades e os dons de cada um; não se limita à necessária aquisição de competências profissionais, mas enquadra-as numa sólida construção de vida. A Educação é força que ilumina o conhecimento, que liberta do servilismo e torna capaz de fazer o bem. As jovens gerações esperam dos seus mestres novas sínteses do saber, não de tipo enciclopédico, mas humanista. Para tal, é fundamental superar a dispersão que desorienta e estimular o empenho da investigação e, ao mesmo tempo, ajudar a pôr o saber ao serviço do homem e não contra o homem. A liberdade de investigação não deve significar neutralidade indiferente perante a verdade. A busca da verdade deve estar unida à capacidade para perscrutar o sentido dos acontecimentos e para valorizar as descobertas mais audazes, sem as usar contra a pessoa e a contra a sua dignidade. A Universidade deve dar testemunho da dignidade da razão humana, das suas exigências e da sua capacidade de investigar e conhecer a realidade, superando o cepticismo, as reduções do racionalismo e do pensamento frágil. Deve superar a tentação de um saber que cede ao pragmatismo ou que se dispersa nos veios da erudição, tornando-se incapaz de dar sentido à vida; deve abrir-se ao nexo lógico entre a liberdade da investigação e o conhecimento da verdade, sem ceder ao clima relativista que insidia a cultura actual e leva a abandonar-se à volubilidade das opiniões e à prepotência dos mais fortes, mesmo quando esta se traduz no voto da maioria. Uma Universidade que perde o seu perfil de procura e de paixão pela verdade, que se desinteressa da sua função educativa e do futuro do homem deixa de merecer esse nome. Porque uma cultura que ignora a verdade torna-se um perigo para a liberdade. Se a Universidade abre as portas ao conhecimento da realidade, abre também as portas à esperança, tão necessária na cultura actual, profundamente impregnada de pessimismo.