sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Hipertrofias e atrofias (I) A Pessoa: percursos de uma noção

HIPERTROFIAS E ATROFIAS... (I) O percurso filosófico que deu origem à noção de pessoa vigente na cultura actual é um processo longo e complexo. Simplificando muito podemos dizer que se foi identificando cada vez mais o homem com as suas dimensões operativas: depois do fracasso do idealismo de Hegel, perdeu-se a confiança nas possibilidades da razão; depois de Nietzsche e Schopenhauer, também a vontade ficou desacreditada; e a afectividade, hiper-valorizada por Freud, ao ser considerada como o dinamismo humano dominante mostra-se extremamente vulnerável. Com uma imagem gráfica, o Prof. Leonardo Polo aludiu a este facto: “produziram-se hipertrofias e atrofias; alguma das dimensões do ser humano agigantou-se (cresceu de maneira excessiva); outras, pelo contrário, sofreram uma paralização ou uma regressão…. Destas três dimensões (conhecimento, vontade, afectividade) dizemos que umas se atrofiaram e outra se hipertrofiou. Quais exactamente? Entendo que, na nossa época (…) se atrofiaram o pensamento e a vontade, enquanto que a afectividade alcançou uma espécie de papel principal, assumindo funções que as outras dimensões humanas já não desempenham, porque se atrofiaram”.

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