domingo, 2 de novembro de 2008

Professor, profissão necessária?

Enquanto em Portugal há actualmente muitos professores que têm dificuldade em aceder a uma colocação, a UNESCO anunciou há dias que estima que sejam necessários mais 18 milhões de docentes para se alcançar a educação primária universal até 2015. Os baixos salários, as salas de aulas superlotadas e a formação inadequada são alguns dos problemas que afectam os professores."A escassez de professores qualificados continua a ser um problema crucial. A UNESCO calcula que são necessários mais 18 milhões de professores para se atingir a meta de universalização do ensino primário até 2015. A escassez é particularmente grave em África, onde são precisos mais 3,8 milhões de docentes para atingir esse objectivo", afirma a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em comunicado.
Segundo a Unesco, a falta de docentes em países como o Ruanda e Moçambique significa que as turmas atingem cerca de 60 alunos, sendo, no entanto, reconhecido que a qualidade da educação decresce em salas de aula com mais de 40 estudantes.
"Mesmo quando a oferta global de professores é suficiente, as zonas mais desfavorecidas e remotas do Mundo podem sofrer problemas persistentes no recrutamento e manutenção dos docentes nesses locais. Esta escassez de professores qualificados é um dos maiores desafios para alcançar os objectivos da Educação para Todos", salienta o director-geral da UNESCO, Koïchiro Matsuura, numa mensagem a propósito do Dia Mundial do Professor, que se assinala a 5 de Outubro.
Mas a quantidade não é o único problema, já que a formação insuficiente é outra deficiência grave. Para melhorar a situação, apenas políticas coerentes podem promover a contratação de professores em número suficiente, garantir o seu estatuto e providenciar formação adequada, dando como bom exemplo o caso do Congo no âmbito da iniciativa da organização sobre a formação docente na África Subsaariana. Estes serão os principais temas a abordar numa mesa redonda a realizar no dia 3 de Outubro na UNESCO. A iniciativa será aberta pelo director-geral da UNESCO, contando com a presença de professores de todas as partes do Mundo. Participam ainda organizações parceiras, como a UNICEF, sendo o debate moderado por Nicholas Burnett, adjunto do director-geral para a área da Educação.

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