quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Modernidade ou o elogio dos politécnicos

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior convidou ontem as escolas de ensino politécnico a assumirem a sua própria identidade e função, segundo notícias da Lusa e do Público. Ao abrir formalmente o ano lectivo 2008/2009 do Politécnico de Leiria, Mariano Gago considerou "não ser útil, antes pelo contrário, que alguns institutos politécnicos queiram deixar de ser chamados institutos politécnicos e passem a ser chamados universidades". "Acho que isso é ainda um reflexo do passado", defendeu o ministro, ligando a pretensão a "uma tradição retórica, antiga, do ensino em Portugal, que recobre uma outra dificuldade, quase de classe, em que uns se consideravam superiores aos outros". Defendeu ainda que os institutos politécnicos têm "de se afirmar melhores, mais capazes, com uma identidade de nome, uma identidade de função. Não queiram liquidar esse capital de modernidade tentando vestir os trajes, as formas, os rituais e os nomes do passado". Fazendo o elogio do trabalho dos politécnicos, o ministro lembrou que, "em muitos aspectos", eles "são mais capazes" que as universidades: "São mais capazes de proceder a renovações instituicionais, de integrar socialmente aqueles que normalmente não entrariam no ensino superior, de fornecer empregabilidade. Mais capazes, em suma, de responder a alguns dos principais desafios do país. São mais modernos". As críticas do ministro visaram ainda os politécnicos de Lisboa e Porto por ainda não disporem entre a sua oferta de cursos de especialização tecnológica. "É inaceitável para o país. Os institutos politécnicos de Lisboa e do Porto não oferecem esses cursos e essa situação não se pode manter. Nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto existe uma gigantesca carência de formação a este nível dos cursos de especialização tecnológica e é necessário organizar esses institutos para que respondam a uma necessidade que é uma necessidade social", considerou.

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