segunda-feira, 12 de maio de 2008
O que significa, hoje em dia, alfabetização?
O analfabetismo também afecta a Europa: segundo a UNESCO, há nove milhões de analfabetos na Europa, concretamente na Europa Central e Oriental.
Altos responsáveis das políticas de educação e peritos de 30 países reunir-se-ão nos dias 14 a 16 de maio em Bakú (Azerbeijão) para abordar os problemas específicos da alfabetização e da educação de adultos na Europa Central e Oriental.
A UNESCO, organizadora da conferência, considera que a melhoria das competências na leitura, escrita e cálculo é condição essencial para criar sociedades do conhecimento e incrementar a competitividade económica. Apesar do alto nível de alfabetização dos países europeus (96%), a Organização calcula que continuam a existir graves disparidades. Na Europa Central e Oriental há ainda nove milhões de adultos que não sabem ler nem escrever. Contra o que é costume supor, os baixos níveis de competências básicas não só constituem um problema para os grupos minoritários na Europa. São ainda demasiados os adultos que continuam sem um nível de competências mínimas imprescindíveis, com os enormes efeitos negativos que este facto implica, não só para a vida pessoal, mas também para o desenvolvimento sócio-económico dos países. Além disso, os níveis de competências são diversos e estão a variar. Actualmente, a instrução elementar não se pode definir como a mera capacidade de ler e compreender um texto. Alfabetização significa, hoje em dia, possuir a capacidade de conseguir a informação necessária, avaliá-la e utilizá-la eficazmente de diversos modos, o que implica a aquisição de conhecimentos básicos de aritmética, grafismo e uso de instrumentos informáticos. Segundo o Inquérito Internacional sobre Alfabetização de Adultos (EIAA 2000) efectuado em vinte nações desenvolvidas, em países como a Alemanha e a Eslovénia, o índice de desemprego das pessoas com competências básicas insuficientes na leitura, escrita e cálculo é duas vezes maior do que o observado entre as que possuem essas competências num grau médio ou elevado. Numa das mesas redondas organizadas durante a conferência de Bakú examinar-se-á o problema da definição ampliada da noção de alfabetização no mundo contemporâneo. As outras mesas redondas abordarão, entre outros, os siguintes temas: avaliação dos níveis de alfabetização; métodos pedagógicos para promover uma aprendizagem de qualidade; e satisfação das novas exigências da educação mediante o estabelecimento de dispositivos legislativos e institucionais pertinentes. Uns 200 participantes – ministros da educação, responsáveis da elaboração de políticas, representantes da sociedade civil, organizações não governamentais, universidades, profissionais da educação – examinarão os problemas e os resultados da alfabetização na Europa Central e Oriental. E formularão recomendações que terão em conta a situação específica destes países, sobretudo no que se refere ao emprego, saúde, desenvolvimento sustentável e participação dos cidadãos. A reunião oferecerá a possibilidade de efectuar a apresentação de programas educativos de comprovada eficácia. A conferência, organizada no âmbito do Decénio das Nações Unidas da Alfabetização (2003-2012) e da Iniciativa de Alfabetização “Saber para Poder” (LIFE) da UNESCO.
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