quinta-feira, 22 de março de 2012

EDUCAR PARA A CIDADANIA (II)

Ensinar a viver com sobriedade e a prescindir do supérfluo é uma das primeiras propostas da solidariedade. Num mundo dominado por falsos valores como o hedonismo ou o consumismo, é necessário educar numa justa liberdade ante os bens materiais. Não é fácil, numa sociedade que nos bombardeia com todo o tipo de necessidades adoptar um estilo de vida simples, convencer-se de que o homem vale mais pelo que é que pelo que tem.Se é verdade que a família é a primeira escola das virtudes sociais, é sem dúvida imprescindível a colaboração das instituições educativas para ajudar as novas gerações a abrir-se ao diálogo e à colaboração para o bem comum, a todos os níveis, nacional e internacional, para o desabrochar de uma nova solidariedade mundial. Algumas posições, mais ou menos recentes, postulam uma educação “neutra” em que os professores não deveriam pronunciar-se sobre critérios éticos. Este facto tem levado muitos educadores a demitir-se desta dimensão essencial da sua missão educativa. Des-moralizados por estas teorias, deixaram de se “atrever” a pronunciar-se sobre o conteúdo ético, por exemplo, de obras de literatura, ou de determinados factos históricos; evitam mencionar exemplos de personagens que se tenham distinguido pelo seu carácter e pelos seus feitos; e renunciam a ser, eles próprios, modelos de conduta. No entanto, aprender a cidadania exige que os jovens encontrem mestres que ensinem com o próprio exemplo, quer seja na família, na escola, ou na universidade. Têm que o ver na prática, feito vida, num ambiente que seja capaz de suscitar resoluções.

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