sexta-feira, 2 de abril de 2010

Presidente do Paquistão anunciou que vai haver um telefone de emergência para as minorias religiosas do Paquistão. O presidente do Paquistão, Ali Zardari, anunciou no dia 1º de Abril, a disponibilização de um número de telefone para ajudar as minorias religiosas oprimidas, informou a agência das Missões Exteriores de Paris. Em 22 de março passado, Zardari anunciara a implementação desta linha telefônica, diretamente ligada ao Ministério das Minorias. Membros de minorias religiosas no Paquistão vítimas de discriminação poderão recorrer ao serviço para fazer denuncias e solicitar protecção às autoridades. O presidente do Paquistão, o viúvo da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, morta num atentado em dezembro de 2007, vive recluso no palácio presidencial com um um forte esquema de segurança. Ali Zardari requisitou ao Ministro das Minorias, Shahbaz Bhatti, que os contactos entre o ministério e seu gabinete sejam intensificados, a fim de possibilitar uma rápida reacção das autoridades em caso de necessidade. Solicitou ainda a criação de uma comissão nacional de carácter inter-religioso que será encarregada de analisar os entraves que ainda dificultam a harmonia religiosa no país. Analistas consideram que a capacidade de resposta do Estado ante ao problema é ainda insuficiente. O secretário executivo da Comissão Justiça e Paz da Conferência dos Bispos Católicos do Paquistão lamentou, em particular, o silêncio do ministro Shahbaz Bhatti diante da recente onda de violência anti-cristã que assola o país. “O governo ainda não tomou as medidas necessárias para prevenir as violências cometidas contra minorias”, declarou. Desde o início do ano, foram registrados vários actos de violência contra cristãos. Em 22 de janeiro, uma menina cristã de 12 anos morreu em decorrência de maus-tratos infligidos por um rico advogado muçulmano de Lahore, para quem trabalhava como empregada doméstica. Em 1º de março, outra jovem cristã foi morta pela dona de um bordel, que a vendeu a um muçulmano que pretendia convertê-la à força ao islamismo para desposá-la. Grávida, a jovem chegou a procurar a polícia. O homem, seu “proprietário”, ao saber da denúncia, queimou-a viva com gasolina. Em 23 de março, um casal de cristãos que trabalhava para um rico muçulmano de Rawalpindini foi brutalmente atacado por se negarem a converter-se. Arshed Masih e sua esposa Martha trabalhavam a cerca de 5 anos para xeique Mohammad Sultan – ele como motorista e ela como empregada doméstica. Sultan exigiu que se convertessem ao Islã para que pudessem continuar a trabalhar para ele. Diante da recusa do casal, Sultan ameaçou-os, proibindo-os ainda de deixar o seu posto de trabalho – dizendo que, caso tentassem, ele “os mataria”. Em 19 de março, um grupo de fanáticos, aparentemente com apoio de alguns policiais, atacou o casal, ateando fogo ao corpo de Arshed e violentando Martha diante de seus três filhos. Arshed morreu após agonizar por 3 dias no hospital. Membros de outras minorias religiosas também têm sido alvo de violências, especialmente nas regiões próximas à fronteira com o Afeganistão. No final de fevereiro, dois fiéis sikhs foram sequestrados e decapitados, uma vez que as suas famílias não tinham condições de pagar o resgate exigido. Em 10 de março, nas imediações da fronteira noroeste do Paquistão com o Afeganistão, um grupo armado aparentemente ligado ao Talibã invadiu a sede da ONG cristã World Vision, matando seis funcionários e deixando outros sete feridos.

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