segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Que Segurança na Internet?

Artigo recente do Educare noticia que um estudo europeu revela que 42% das crianças portuguesas nunca foram alertadas para os perigos da Internet e que apenas 23% dos pais ajudaram os filhos quando alguma coisa os perturbou. E que sessenta e quatro por cento dos professores estabeleceram regras de utilização na sala de aula. Os pais portugueses estão atentos ao que os filhos fazem quando navegam na Internet? A resposta é sim e não. Há os que se preocupam e os que não fazem ideia do que se passa quando o computador é ligado pelos mais pequenos. Um estudo realizado pelo EU Kids Online revela que 42% das crianças e jovens portugueses, dos 9 aos 16 anos, nunca foram alertados para os perigos da Internet e que só quatro em dez pais é que se sentam ao lado dos filhos quando os dedos mexem no teclado do computador. Os pais, os amigos e os professores são os principais agentes de mediação no que diz respeito à utilização da Internet. E como é que os pais se comportam? Cinquenta e três por cento ficam por perto quando os mais novos usam a Internet, 43% fazem actividades em conjunto com os filhos, 57% vêem o que se passa mas sem interferir e 83% falam sobre o que é feito. Os pais desempenham um papel fundamental na mediação do uso da Internet e, para isso, adoptam diversas estratégias cuja eficácia é, no entanto, difícil de avaliar. Os mais novos são mais vigiados, tal como as raparigas, e a tendência é que quanto menor o estatuto socioeconómico menor a vigilância por parte dos pais. O estudo revela que as medidas restritivas utilizadas pelos adultos prendem-se, por ordem de importância, com dar informações a estranhos, fazer uploads para partilhar com outros, fazer downloads de músicas ou filmes, publicar o perfil numa rede social, ver vídeos na Internet e usar o correio electrónico ou o Messenger. Em primeiro lugar, os pais verificam os sites visitados pelos filhos e a seguir o seu perfil, os amigos contactados e as mensagens enviadas. No projecto EU Kids Online II foram inquiridos mil crianças e jovens portugueses, durante a Primavera de 2010, e um dos seus pais. Ao todo, nos 25 países participantes, foram entrevistados 25 000 crianças e jovens e 25 000 pais sobre riscos e segurança na Internet. As entrevistas foram feitas presencialmente, na casa dos inquiridos. Em Portugal, 78% dos mais jovens entre os 9 e os 16 anos usam a Internet e fazem-no sobretudo nos mais seus quartos (67%) do que em outros lugares da casa. Cinquenta e nove por cento têm um perfil numa rede social. Os dados recolhidos permitem concluir que Portugal é um dos países com menor incidência de riscos: apenas 7% afirmaram ter-se deparado com riscos como pornografia, bullying, mensagens de cariz sexual, contactos com desconhecidos. Treze por cento dos inquiridos já viram imagens sexuais em sites, 5% afirmaram ter ido a encontros com pessoas que conheceram online e 16% admitiram manter contacto com essas pessoas. No nosso país, 72% dos pais já explicaram aos filhos o que são bons e maus sites, 61% sugeriram maneiras de utilizar a Internet de uma forma segura, 48% já falaram sobre o que é feito no computador e se alguma coisa incomodou durante a utilização a Internet. O estudo dá ainda conta que só 23% dos pais é que ajudaram os filhos quando houve alguma coisa que os perturbou. Na parte da monitorização, as percentagens não chegam aos 50%. Trinta e cinco por cento dos pais costumam espreitar os sites visitados, 27% verificam o perfil dos filhos nas redes sociais, 25% analisam os amigos e os contactos constantes na rede social ou no serviço de mensagens instantâneas e 25% consultam as mensagens na caixa do correio. No que diz respeito à mediação técnica, 15% têm um serviço ou um contrato que limita o tempo que é passado na Internet. Vinte e dois por cento dos pais controlam ou recorrem a meios para bloquear ou filtrar alguns sites e 18% sabem quais os sites visitados. Sessenta por cento utilizam software para prevenir lixo ou vírus electrónico. Professores estabelecem regras Os amigos também são uma importante ajuda na utilização da Internet. Em Portugal, 63% dos amigos das crianças e jovens entrevistados ajudaram a encontrar alguma coisa na Internet ou a resolver alguma dificuldade de acesso, 53% explicaram porque é que alguns sites são bons ou maus, 45% sugeriram maneiras de utilizar a Internet de uma forma mais segura e 19% ajudaram quando alguma coisa incomodou no uso da Net. Os professores têm igualmente um papel importante nesta mediação. No inquérito português, 78% dos professores falam sobre o que os alunos fazem na Internet, 77% ajudaram a ultrapassar a dificuldade de encontrar ou fazer alguma coisa na Internet, 73% explicaram o que é um bom e um mau site e 68% sugeriram maneiras de utilizar a Internet de forma segura. Dezoito por cento dos docentes ajudaram os mais novos quando alguma coisa os incomodou e 51% já falaram sobre o que fazer nesses casos. Sessenta e quatro por cento dos professores estabeleceram regras sobre o que alunos podem fazer na escola quando estão a utilizar a Internet. O estudo europeu, que abrangeu 25 países, confirma que as crianças estão a começar a usar a Internet cada vez mais novas e que 93% dos utilizadores dos 9 aos 16 anos acedem à Internet pelo menos uma vez por semana e 60% fazem-no todos os dias. Oitenta e cinco por cento usam-na para trabalhos escolares. Doze por cento das crianças europeias admitiram que já se sentiram incomodadas ou perturbadas por alguma coisa que viram na Internet. Quinze por cento dos jovens dos 11 aos 16 anos já receberam mensagens ou imagens de cariz sexual e 30% das crianças, dos 9 aos 16 anos, afirmaram que comunicaram na Internet com alguém que não conheciam. O estudo europeu revelou que, nos últimos 12 meses antes da inquirição, 14% das crianças dos nove aos 16 anos tinham visto imagens obviamente sexuais. E 53% das que ficaram incomodadas, 33% falaram com amigos e 25% contaram ao pai ou à mãe. Estónia, Lituânia, Noruega, República Checa e Suécia foram os países onde a exposição a um ou mais riscos da Internet é mais acentuada e onde também se verificou uma maior gama de actividades online. A incidência do risco é menor em Portugal, Turquia e Itália. Este estudo europeu foi publicamente apresentado na Universidade Nova de Lisboa

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