terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Provas de ingresso na carreira docente
Uma prova igual para todos em vez de duas, o fim de uma nota mínima de acesso e a redução do número de candidatos que terão de se sujeitar a este teste. São estas as propostas relativas às condições de ingresso na carreira docente que o Ministério da Educação apresenta aos sindicatos. Apesar de o novo modelo de acesso à profissão, contemplado no Estatuto da Carreira Docente, nem sequer ter sido ainda experimentado, este é um dos dossiers incluídos no processo negocial em curso. O facto de estar a haver esta revisão e de o Ministério da Educação dar razão a quem aponta riscos de subjectividade na correcção das provas que estão previstas, levaram a avançar com estas propostas, explica o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira. Assim, o teste de língua portuguesa e raciocínio lógico e ainda a prova que devia avaliar os conhecimentos disciplinares específicos dos candidatos a professor deverão ser substituídos por um único exame. "É uma prova que se baseia fundamentalmente na avaliação da capacidade de raciocínio e resolução de problemas, constituída essencialmente por perguntas de resposta múltipla, o que elimina dúvidas de rigor na correcção", adianta o governante. Este tipo de prova é elaborado por uma agência australiana (Australian Council for Educational Research), que também trabalha nos testes internacionais de literacia conduzidos pela OCDE, informa o secretário de Estado. Mas quem quiser ver as suas competências avaliadas por um teste relativo à sua área disciplinar também o poderá solicitar. Com este teste deixa ser necessário a obtenção de uma classificação mínima de 14 valores para se poder ambicionar a entrar na carreira. "O objectivo é despistar quem tem condições para ser professor e perceber se está apto ou não"; mas esta triagem continua a ser necessária, continua o governante, porque "o sistema de garantia de qualidade das formações de ensino superior [a nova agência de avaliação e acreditação] ainda não produziram as consequências necessárias". O secretário de Estado apontou dois exemplos que, na sua opinião, causam "perplexidade". "Não deixa de ser estranho que duas instituições privadas - o Instituto Piaget e o Instituto Superior de Ciências Educativas - tenham colocado nas escolas tantos professores do 1.º ciclo e educadores de infância nos últimos dez anos quanto o conjunto de todas as escolas superiores de educação", afirmou. Sendo que a selecção dos docentes se baseia sobretudo na classificação final de licenciatura. Esta afirmação levantou já protestos por parte destas instituições, por considerarem que afirmações como estas lesam o bom nome e lançam suspeitas sem fundamento.
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