quarta-feira, 12 de março de 2008

Professores não podem progredir na carreira sem avaliação

Ontem, o Ministério da Educação voltou a manifestar a sua determinação de prosseguir a avaliação dos professores recordando que sem avaliação não há progressão na carreira. No sábado, dia 8, realizou-se a maior manifestação de docentes de que há memória, na qual perto de cem mil professores desfilaram durante cerca de cinco horas, em Lisboa, na "marcha da indignação", exigindo a demissão da ministra da Educação, a renegociação do Estatuto da Carreira Docente e a suspensão do processo de avaliação de desempenho. Em declarações à SIC, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues desvalorizou o número de manifestantes, entretanto confirmados pela PSP, afirmando "não ser relevante", garantindo que iria continuar a trabalhar na "procura das melhores soluções". No entanto, se, como referiu recentemente, existem em Portugal 143 mil docentes, não há dúvida que uma grande maioria manifestou o seu desagrado relativamente às medidas que têm vindo a ser introduzidas nas escolas. Foram ainda anunciados: uma semana nacional de luto nas escolas, um abaixo-assinado para entregar ao primeiro-ministro e novas manifestações. Em declarações à Lusa, as associações de pais apelaram para a manutenção do diálogo com o Ministério da Educação. Já o porta-voz do Partido Socialista, Vitalino Canas, vincara que a manifestação não alteraria o rumo que o PS e o Governo estão a seguir. A "Marcha da Indignação" foi organizada pelos dez sindicatos de professores, unidos numa plataforma.

Um comentário:

José Ferrão disse...

"sem avaliação não há progressão na carreira"

Acho normal que não haja progressão sem avaliação;
aqueles que querem progredir, deverão ser avaliados.
Até posso dar como adquirido, que os que já progrediram sem avaliação, não regressem ao início da carreira.
O que não acho normal, é que os avaliadores sejam escolhidos precisamente entre aqueles que progrediram sem serem avaliados.
E ainda menos, sem serem submetidos a uma formação específica para isso, assim como aquela que é imposta aos professores para poderem avaliar os seus alunos.
O que será que o eduquês tem a dizer sobre isso?

http://ferrao.org/2009/06/eu-quero-progredir-na-carreira-mas-nao.html