segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Educar para a paz

UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO PARA A PAZ E A SOLIDARIEDADE A tarefa de construir a paz e de educar para a paz manifesta-se especialmente premente. A paz não é só uma questão de diplomacia ou de aquisição de competências sociais e comunicativas. A promoção da paz é essencialmente uma tarefa cultural e o seu âmbito primordial é a educação. Como professora da área de Formação Pessoal e Social tenho convidado com frequência os meus alunos não só a reflectir, mas também a viver experiências de paz e de solidariedade. A educação não pode ficar só em enunciar conceitos ou comunicar valores, mas em promover acções que propiciem viver experiências solidárias e ajudem a criar hábitos de solidariedade. Há tempos, fiz-lhes a proposta de trabalhar o tema da Educação para a Paz. Foi muito bem aceite: uns preferiram levar a cabo uma abordagem teórica, muitos outros entusiasmaram-se ao realizar actividades de voluntariado em bairros carenciados da cidade, em hospitais, ou ao colaborar como voluntários com associações de solidariedade social. Trabalhámos, em conjunto, o tema da construção da paz e da educação para a paz: leram documentos, debateram diversas questões e levaram a cabo várias actividades. Focaram-se temas como a promoção dos direitos humanos, quais as verdadeiras armas da paz, a necessidade de viver a verdade, a justiça, o amor e a liberdade, como colunas da paz e da ordem social. Falou-se do desenvolvimento e da solidariedade como chaves para a paz, da abertura à reconciliação, ao diálogo e ao perdão; acentuou-se a importância do respeito pela dignidade da pessoa, incluídas as minorias, e do diálogo entre as diferentes culturas. Salientou-se a necessidade do empenho de todos na construção da paz e na rejeição da violência. Estudaram diversas formas de realizar uma verdadeira educação para a paz, por exemplo, através da elaboração de um projecto de sala de aula, através do contacto com outras escolas, etc. Penso que os resultados foram positivos: ficámos todos mais sensibilizados para esta problemática, mais despertos para agir, com maior respeito pelos direitos humanos - que são deveres -. Fomentou-se uma consciência mais clara da dignidade de toda a pessoa humana, venceu-se a inércia para dedicar tempo a quem o necessita, mesmo quando parece que não há tempo. Porque, por muito que se fale da solidariedade, esta só se aprende quando se vive!

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