
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Cultura e Educação

sexta-feira, 23 de maio de 2008
Profissão: Professor?!

Ordem dos professores e Código Deontológico?
Há já muitos anos que se tem vindo a falar da possível criação de um Código Deontológico da Profissão Docente, sem, no entanto, se ter conseguido unir e dinamizar os professores nesse sentido.
Agora, a Associação Nacional de Professores retomou a ideia de criar um código ético e deontológico da profissão docente. Qual a posição dos Professores? Segundo os estudos que têm sido feitos -recordo especialmente os de Pedro D' Orey da Cunha - a maioria vê com bons olhos a elaboração de um Código Docente, assim como a constituição de uma Ordem dos Professores. No entanto, surgem também muitas dúvidas e questões. E o recente Estatuto da Carreira Docente, de Janeiro de 2007, que desenvolveu amplamente os deveres do docente, poderia levar a pensar que seria desnecessário.
O problema voltou recentemente a colocar-se, segundo noticiou o Educare.pt há alguns dias; segundo afirma a notícia, o presidente da Associação Nacional de Professores, João Grancho, pretende propor a elaboração de um Código Ético e Deontológico que auto-regule a profissão dos docentes. A sua elaboração poderia ser o ponto de partida para a constituição da Ordem dos Professores. Na sua opinião, é necessário definir que ética se aborda no Decreto-Lei n.º 240/2001, de 30 de Agosto, e em que avaliação deve assentar. "O código ético e deontológico teria a vantagem de se situar muito para além e muito acima das percepções ideológicas de cada momento", afirma. Poderia "fixar os contornos" da actividade da classe docente e não se restringir às normas que definem os direitos e deveres dos professores. "Se esse quadro de referência existisse, muitos dos problemas que hoje se colocam em relação à avaliação dos professores nem sequer estariam a ser discutidos", refere o responsável. Este código nasceria naturalmente "da vontade directa dos professores". Num estudo de âmbito nacional, elaborado pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional do Instituto Politécnico de Castelo Branco, em 2006, constatava-se que cerca de 80% dos professores inquiridos consideravam, nessa data, importante a existência de uma Ordem. Adalberto Dias de Carvalho, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, contextualiza o assunto e explica as reticências. "Na verdade, o conceito de Ordem estava tradicionalmente ligado a profissões socialmente prestigiadas como os médicos e advogados, parecendo que, de alguma maneira, apenas esses tinham direito àquilo que acabava por constituir uma distinção", lembra. "Em relação aos professores, o seu prestígio foi historicamente construído principalmente através de ideais de entrega, de sacerdócio até. Ao mesmo tempo, a designação de professor era restringida, ficando assim marcada uma divisão e hierarquização internas, aos grupos de elite (os professores universitários doutorados) e, no outro pólo, aos então professores primários. Curiosamente os professores do Ensino Secundário eram tratados por doutores". O docente retrocede no tempo com um objectivo. "Para acentuar que a ‘classe' docente, se assim se pode chamar, está matricialmente marcada por compartimentações que sempre impediram a sua unidade." "Ora, uma Ordem passa precisamente pela afirmação da unidade de objectivos e de estatuto de um determinado grupo profissional academicamente qualificado. Acontece que só em data relativamente recente é que todos os professores foram obrigados a serem licenciados para o exercício da profissão. Repare-se que ainda há, sintomaticamente, um sindicato de professores licenciados, ou seja, de professores que se distinguem dos outros que o não são". Na sua opinião, uma Ordem significa "coesão profissional", mas no caso dos professores "pode reforçar ainda a separação designadamente dos professores licenciados daqueles que ainda o não são". "Por outro lado, para haver uma Ordem deve existir um código deontológico que defina, assegure e afirme perante os próprios, e perante a sociedade em geral, o exercício profissional no quadro de referências de responsabilidade e de dignidade", afirma. Ordem sim, mas com algumas reticências. "É que, nos nossos dias, nas nossas sociedades laicizadas, já não bastam os referenciais transcendentes das morais religiosas (ou republicanas) que tradicionalmente legitimavam o exercício da actividade docente." "Todavia, dentro da problemática de escrita, como compreender depois a existência de grupos de professores subordinados a um determinado quadro deontológico que, não cabendo dentro da Ordem, não caberiam também nesse mesmo quadro deontológico?", questiona.
Por sua vez, Paula Canha, professora de Biologia e Geologia da Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, em Odemira, distinguida com o Prémio Inovação no ano passado, vê com bons olhos a existência de uma Ordem dos Professores. A docente pertence à Ordem dos Biólogos e essa experiência diz-lhe que há benefícios nessa coesão. "Eu vejo todas as vantagens em os biólogos se terem organizado desta forma. A Ordem promove iniciativas óptimas", afirma. Paula Canha não destaca apenas o poder reivindicativo, que ganha força, como também as actividades, as acções de formação que fazem pensar sobre a profissão numa perspectiva de médio e longo prazo. "Acho que o mesmo pode acontecer numa Ordem dos Professores", conclui.
O professor Paulo Guinote, autor do blogue "A educação do meu umbigo", concorda, mas duvida que se possa concretizar tendo em atenção o panorama. "A ideia de uma Ordem dos Professores existe, de forma vaga, há bastante tempo. Seria um projecto interessante se fosse viável, ou seja, se o Estado aceitasse que os professores, maioritariamente seus funcionários, pudessem auto-regular o exercício da própria profissão. O que me parece difícil, em especial na actual conjuntura", refere. "A vantagem evidente de uma estrutura deste tipo seria uma maior independência da classe docente em relação ao poder político. Ora, neste momento, isso não parece ser algo que agrade a esse mesmo poder", acrescenta. Na opinião deste docente, a elaboração desse código deontológico deveria, portanto, ser feita fora da alçada e controlo estatais. "É uma ideia interessante, de que a ANP já se deveria ter lembrado antes e que parece recuperar agora num momento em que a organização parece ter sido ultrapassada pelos acontecimentos." "Para se distinguir dos sindicatos e movimentos de professores, tal como com a ideia da 'mediação', surge agora com esta proposta. Seria bom que, para além da enunciação, partisse mesmo para a concretização, pois é algo que tem efectivamente interesse para o desenvolvimento e consolidação de uma identidade docente", sublinha.
terça-feira, 20 de maio de 2008
Aprofundar na riqueza da Diversidade Cultural

A Convenção da UNESCO sobre a protecção e a promoção da diversidade das expressões culturais foi adoptada em Paris em 2005, com o intuito de colmatar uma lacuna jurídica, estabelecendo uma série de direitos e obrigações, a nível tanto nacional como internacional, tendentes à protecção e à promoção da diversidade cultural. Pretende contribuir para erigir um novo pilar mundial apto a garantir a protecção e a promoção da diversidade cultural.
No seu preâmbulo, a Convenção afirma que a diversidade cultural é uma característica inerente à humanidade e que constitui um património comum a ser preservado: gera um mundo rico e variado que alarga as possibilidades de escolha e nutre as aptidões e os valores humanos; constitui um motor fundamental do desenvolvimento sustentável dos povos e nações; desenvolve-se num quadro de democracia, tolerância, justiça e respeito mútuo entre os povos e as culturas, e é indispensável à paz e à segurança, assim como à plena realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.
Afirma que a cultura assume diversas formas no tempo e no espaço e essa diversidade manifesta-se nas expressões culturais dos povos.
A sabedoria tradicional é fonte de riqueza imaterial e material e deve ser protegida na diversidade das expressões, particularmente em situações em que possam estar ameaçadas. Nutre-se de constantes intercâmbios e interacções entre as culturas, da liberdade de pensamento, de expressão e de informação, assim como a diversidade dos meios de comunicação social. A Convenção reitera o papel fundamental que a educação desempenha na protecção e na promoção das expressões culturais,
A Convenção tem como objectivos:
proteger e promover a diversidade cultural e o seu desenvolvimento; incentivar o diálogo entre culturas em prol do respeito intercultural e de uma cultura da paz; fomentar a interculturalidade no intuito de construir pontes entre os povos; promover o respeito pela diversidade das expressões culturais e a consciencialização do seu valor; reafirmar a importância dos laços entre cultura e desenvolvimento para todos os países, em especial os países em desenvolvimento; admitir a natureza específica das actividades, dos bens e dos serviços culturais como portadores de identidades, de valores e de significados; e reforçar a cooperação e a solidariedade internacionais para aumentar as capacidades dos países em desenvolvimento no que se refere à protecção e à promoção da diversidade das expressões culturais.
Os seus Princípios Orientadores são:
o Respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais, o Princípio de soberania, o Princípio da igual dignidade de todas as culturas e do respeito pelas mesmas, o Princípio de solidariedade e de cooperação internacionais, o Princípio da complementaridade dos aspectos económicos e culturais do desenvolvimento, o Princípio de desenvolvimento sustentável em benefício das gerações presentes e futuras, o Princípio de acesso equitativo a uma gama rica e diversificada de expressões culturais, o Princípio de abertura e de equilíbrio.
As medidas a tomar: proteger e promover a diversidade das expressões culturais e o livre intercâmbio e circulação de ideias e expressões culturais; incentivar e apoiar os artistas; educar e sensibilizar o público; incentivar a criatividade e reforçar as capacidades de produção. Dá importância à participação da sociedade civil , à promoção da cooperação internacional para o fortalecimento das indústrias culturais dos países em desenvolvimento; e cria um Fundo Internacional para a Diversidade Cultural.
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quarta-feira, 14 de maio de 2008
Informação ou incentivo ao consumo?

segunda-feira, 12 de maio de 2008
O que significa, hoje em dia, alfabetização?

domingo, 11 de maio de 2008
Prevenção da violência nas Escolas

O presidente da ANP, João Grancho, afirmou que esta estrutura "é um passo em frente na resposta a situações de conflito e violência escolar, integrando uma resposta para alunos, professores, famílias e escolas”.
Esta nova estrutura envolve a linha telefónica SOS Professores (808 962 0069), que visa apoiar os docentes em situações de conflito, violência e indisciplina, a que se junta um núcleo dedicado aos alunos e às famílias. Este núcleo, que visa prestar apoio a alunos vítimas de bullying, inclui uma linha telefónica (808 968 888) e um endereço electrónico (bulialuno@anprofessores.pt ) .
A linha telefónica começa a funcionar a 12 de Maio e vai manter-se em período de experiência até ao final deste ano lectivo, estando disponível entre as 18h00 e as 20h00. Em Setembro, a ANP espera poder lançar dois guias sobre bullying, um destinado a alunos e outro aos pais e encarregados de educação. Um estudo sobre o bullying - conflito entre alunos - nas escolas portuguesas, assegura que entre 25 e 50 por cento dos alunos já estiveram envolvidos - como vítimas ou agressores - em situações deste género. Esta estrutura pretende contribuir positivamente para a convivência na escola, segundo frisou o presidente da ANP, defendendo que “mais do que combater a violência, é necessário promover a prevenção da violência”. Salientou que esta iniciativa não surge para pôr em causa a escola pública: "o que se pretende é que o acto de ensinar e de aprender decorra dentro das regras da convivência e da cidadania". "Não somos um instrumento de oposição a nada, somos um instrumento de apoio ao funcionamento das escolas", assegurou. A iniciativa 'Convivência nas Escolas' conta com o apoio da Universidade Lusófona do Porto, que, entre outras funções, desenvolve acções de formação para professores, alunos e encarregados de educação sobre a questão do bullying.
sábado, 10 de maio de 2008
Direitos Humanos relativizados?

sexta-feira, 9 de maio de 2008
Ratificado o Tratado de Lisboa

Pode aceder ao texto do Tratado neste link: http://europa.eu/lisbon_treaty/full_text/index_pt.htm
Autonomia da Escola é insuficiente

O relatório da rede educativa Eurydice , publicado em Fevereiro deste ano, confirma que a maior autonomia e os melhores resultados encontram-se no norte do continente, enquanto o sul está em baixa, em ambos os parâmetros, algo que já se reflectia no último relatório Pisa.
Pode ver um artigo sobre este tema e o relatório nos seguintes links: Aceprensa
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Flexibilização e desburocratização no Ensino Superior?

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